Novo Banco vai apresentar prejuízos superiores a 1,2 mil milhões

  • ECO
  • 1 Março 2019

Os resultados negativos são justificados pela constituição de imparidades para a venda das carteiras de crédito malparado e de imóveis.

O Novo Banco vai apresentar, esta sexta-feira, os resultados relativos ao exercício de 2018 e é já certo que as contas serão negativas. Segundo o Jornal Económico (acesso pago), a instituição que resultou do colapso do Banco Espírito Santo (BES) deverá apresentar prejuízos entre os 1,2 mil milhões e os 1,3 mil milhões de euros, resultado que se explica com a limpeza de créditos do antigo BES.

Os prejuízos que serão apresentados esta sexta-feira são ligeiramente inferiores às perdas de 1.395 milhões de euros que o Novo Banco apresentou em 2017, mas estes não serão resultados comparáveis. Isto porque, em 2018, os prejuízos são justificados pela constituição de imparidades para a venda das carteiras de crédito malparado e de imóveis.

As vendas destes ativos tóxicos para “limpar” o balanço foram, de facto, uma constante no ano passado, uma tendência que tem vindo a manter-se também este ano. A título de exemplo, o Novo Banco vendeu, em dezembro de 2018, a maior carteira de crédito malparado alguma vez colocada à venda em Portugal, por 2.150 milhões de euros, ao fundo KKR.

O Jornal Económico lembra, ainda, que os prejuízos que serão reportados pelo Novo Banco ficam ligeiramente acima do valor que a instituição irá receber, este ano, do Fundo de Resolução, no montante de cerca de 1,15 mil milhões de euros, ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

Essa injeção de capital pode, aliás, afetar as contas públicas deste ano. Se o Estado for chamado a participar na capitalização de 1,15 mil milhões, e no caso de não ter ao seu alcance medidas de compensação, o objetivo do défice para 2019 salta para 0,5% do PIB, mais do dobro dos 0,2% previstos no Orçamento do Estado para este ano.

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