Novo Banco fecha venda de 2.150 milhões de euros de malparado

O banco liderado por António Ramalho celebrou com a KKR e a Lx Investment Partners a venda de uma carteira de malparado avaliada em 2.150 milhões. O processo deve estar concluído no 1.º semestre.

Negócio oficialmente fechado. O Novo Banco vendeu uma carteira de crédito malparado composta por 102 mil contratos com um valor de 2.150 milhões de euros aos fundos KKR e Lx Investment Partners. O processo deverá ser concluído no primeiro semestre de 2019, revela o banco num comunicado enviado à CMVM.

“O Novo Banco informa que, após a conclusão de um processo de venda competitivo, o Novo Banco e o Best celebraram um contrato de compra e venda de uma carteira de crédito não produtivo (non-performing loans, NPLs) e ativos relacionados (Projeto Nata) com um consórcio de fundos geridos pela KKR e com a LX Investment Partners.

A carteira engloba aproximadamente 102 mil contratos com um valor total de 2.150 milhões de euros, sujeito a ajustamentos de perímetro usuais nestas transações até à concretização da mesma”, lê-se na mesma nota.

A informação confirma a notícia avançada pelo ECO em meados de dezembro, que apontava para o fecho da venda da maior carteira de malparado de sempre em Portugal. No entanto, o valor real da carteira é superior aos 1.750 milhões de euros inicialmente estimados, ou seja, mais 400 milhões de euros, tendo havido o alargar do perímetro de malparado em processo de venda.

Assim, tendo em conta o valor agora revelado pelo Novo Banco, o nível de malparado do banco liderado por António Ramalho deverá descer para cerca de 6.300 milhões de euros, ao invés de 6.700 milhões, como se acreditava até aqui.

A concretização da venda depende da “verificação de todas as condições necessárias”, sendo que, para o Novo Banco, “esta transação representa mais um importante passo no processo e desinvestimento de ativos não produtivos”, refere o banco na nota enviada à CMVM.

Além do “Nata”, Ramalho quer vender “Albatros”

Em venda está também uma outra carteira de malparado, mas em Espanha. Trata-se de um portefólio de NPLs no valor estimado de 400 milhões de euros, numa operação que se espera que aconteça até ao final do ano.

Além da venda do malparado, o Novo Banco também vendeu uma carteira de 9.000 imóveis aos americanos do Anchorage Capital Group por 716 milhões de euros, com a gestão deste portefólio a ficar a cargo das sociedades de servicing Finsolutia e da Hipoges.

A venda deste conjunto de imóveis explicou em grande medida os prejuízos de 420 milhões de euros que o Novo Banco registou no exercício entre janeiro e setembro deste ano. Teve um impacto negativo de quase 160 milhões de euros nas perdas que o banco registou naquele período.

Banco tem almofada para perdas

Para proceder à limpeza do seu balanço, o Novo Banco conta com uma espécie de almofada de capital do Estado, que se comprometeu a amparar os maus resultados da instituição aquando da alienação de 75% do capital ao fundo americano Lone Star.

Uma vez que a venda de NPL e de imóveis geram imparidades, acabando por debilitar financeiramente a instituição, sempre que os rácios de capital do Novo Banco baixarem da fasquia de 12,5%, é ativado o Mecanismo de Capital Contingente, através do qual o Estado garante, sempre que necessário, empréstimos para o Fundo de Resolução se financiar. Mas isto se a erosão dos rácios for provocada pelas imparidades resultantes da alienação de uma carteira de ativos que a Lone Star negociou previamente com o Governo.

No relatório e contas semestral, a instituição fez um cálculo e estimou em 726 milhões de euros as necessidades do mecanismo de capital contingente para 2019.

(Notícia atualizada às 17h22 com mais informações)

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