Ramalho antecipa mais injeções do Fundo de Resolução no Novo Banco

"Seguramente que se pedirá o dinheiro necessário" ao Fundo de Resolução, avisa Ramalho. E diz que é normal que Governo peça auditoria aos créditos do Novo Banco. "Já o fez com a Caixa".

O Novo Banco acabou de pedir 1.150 milhões de euros ao Fundo de Resolução, mas não vai ficar por aqui. Isto mesmo foi sinalizado por António Ramalho, presidente da instituição, que disse em entrevista à RTP1 que vai “pedir o dinheiro que for necessário” para “preservar a qualidade do banco e assegurar que não se transfere para o futuro aquilo que deve ser resolvido hoje”.

“Seguramente que se pedirá o dinheiro necessário [ao Fundo de Resolução], porque não vou transferir para terceiros aquilo que deve ser realizado por mim”, frisou António Ramalho.

“O banco terá de ser um banco bom. A última coisa que podemos fazer é voltar a empurrar os problemas com a barriga para alguém no futuro os resolver”, referiu.

O Novo Banco acabou de apresentar prejuízos de 1.410 milhões de euros, penalizado pelas imparidades com a venda de ativos tóxicos e não estratégicos. Face à dimensão das perdas com estas transações, o banco vai solicitar ao Fundo de Resolução uma compensação de 1.150 milhões no âmbito do mecanismo de capital contingente. O Ministério das Finanças achou o valor “expressivo” — dado que vai ter de emprestar 850 milhões ao Fundo — e já ordenou uma auditoria aos créditos problemáticos que estão no perímetro deste mecanismo de ajuda.

António Ramalho não vê nenhuma anormalidade porque também houve uma auditoria semelhante à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“A auditoria já foi feita na CGD, houve montantes de ajuda que foram significativos. Também é normal que seja feito no Novo Banco, onde os montantes foram também significativos. (…) O Estado quer saber como estes créditos foram concedidos. E estes créditos que já foram concedidos há alguns anos também merecem ser auditados”, sublinhou o presidente do Novo Banco.

No total, o mecanismo de capital contingente, criado em 2017 aquando da venda de 75% do capital do Novo Banco ao fundo Lone Star, prevê compensações da parte do Fundo de Resolução (financiado pelos bancos do sistema) no valor máximo de 3,89 mil milhões de euros, podendo ser acionado até 2026.

No ano passado, o banco já tinha pedido 792 milhões de euros ao Fundo de Resolução.

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