Vender uma casa vai demorar o dobro do tempo. Pode ir até meio ano

Os proprietários que colocarem imóveis à venda este ano demorarão mais tempo para os vender: entre quatro a seis meses. E tudo devido aos preços mais elevados.

Se no ano passado as casas foram vendidas em apenas três meses, este ano esse prazo deverá duplicar. O alerta é da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), que explica o aumento do tempo necessário para vender com os preços mais elevados, que não estão ao alcance de todos os compradores.

A maioria das casas (48%) que forem colocadas no mercado de venda este ano deverão demorar entre quatro e seis meses a ser vendidas, de acordo com os dados da APEMIP, com base nas perspetivas das imobiliárias. Cerca de 30% dos imóveis deverão ser escoados em apenas três meses, 13% entre sete a nove meses, 6% entre dez a 12 meses e 3% mais de um ano.

Estes números mostram que os proprietários demorarão mais tempo para vender os seus imóveis, quando comparado com o ano passado: 52,94% das casas foram vendidas em menos de três meses, enquanto 20% se venderam entre quatro e seis meses.

A justificar este aumento do tempo de venda está a falta de oferta adequada de imóveis no mercado, um facto que tem vindo a ser referido por vários especialistas no setor e que é notório para quem está à procura de habitação. “Para 2019, a expectativa das empresas de mediação imobiliária é de um desaceleramento nas transações, motivado pela escassa oferta do mercado imobiliário aliada aos preços elevados que retraem os potenciais compradores“, refere a associação, em comunicado.

Luís Lima, presidente da APEMIP, não tem dúvidas que de que “esta dificuldade vai adensar-se”, aliás, “já se começa a sentir”. Referindo-se à falta de oferta como um “problema real” que tem “motivado a subida de preços”, o especialista acrescenta que “a oferta disponível começa a ser completamente desadequada à procura existente”.

A solução passa por colocar no mercado mais imóveis habitacionais, sobretudo dirigidos à classe média/baixa, que permitam equilibrar a procura e a oferta existentes. “Vivemos num período em que o problema não é a falta de clientes, mas sim a falta de produto, mas tal não é justificação para carregar nos preços e acentuar ainda mais os desequilíbrios que já se sentem entre a oferta e a procura”, remata Luís Lima.

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