A visita de Marcelo a Angola: “Não estava à espera”
Após o fim da visita oficial a Angola, Marcelo faz um balanço positivo destes dias e diz não ter estado à espera de ser tão bem recebido. Está confiante que as empresas nacionais vão investir mais lá.
Ao fim de seis dias em território angolano, numa visita oficial que ainda incluiu um convite para o aniversário de João Lourenço, Marcelo Rebelo de Sousa chega a Portugal satisfeito. “Não estava à espera”, disse, em entrevista ao Expresso. Foi com abraços, beijos e acenos que o Presidente respondeu às centenas de angolanos que saíram às ruas para o receber.
“Não estava à espera. É evidente que há sempre um esforço de bom acolhimento, mas ultrapassou muito isso”, começou por dizer Marcelo, para explicar o que pensou das centenas de pessoas que gritavam por ele em Angola, mesmo com a hora e meia de atraso que já levava.
Ao jornal, descreveu aquele dia como uma das experiências mais fortes da sua vida: “Apareceu uma chusma de gente, um movimento espontâneo e as pessoas saíram dos sítios onde estavam, aderiram e entusiasmaram-se”, disse. “Se havia uma casa em construção, saíam os operários todos, uma escola as pessoas saíam, no mercado saíam. Não houve sequer intervalos, foi contínuo”.
Para Marcelo, essas demonstrações foram mais do que “o contacto com uma pessoa”. Foram manifestações de apoio à “presença de Portugal, que ultrapassa o Presidente do momento”. Nos vários discursos que fez ao longo destes dias, o Presidente falou na “fraternidade” e no “amor” de dois países “condenados a serem irmãos”.
Sobre o convite para o aniversário de João Lourenço, que decorreu na segunda-feira e juntou um grupo restrito de 20 pessoas, Marcelo levou um álbum de fotografias e uma garrafa de vinho do Porto. “É daquelas relações que existem ou não existem”, explica. “Aconteceu existir, podia não ter existido. Há alguns chefes de Estado com quem há relação institucional mas não pessoal. E é uma prova de relacionamento pessoal, o convite para uma festa tão íntima como um aniversário. Normalmente, só se convida para o aniversário pessoas muito próximas”.
Vendeu aos empresários o “amor concreto” entre Portugal e Angola e acredita que as empresas nacionais “vão investir mais”, apesar dos problemas na distribuição de eletricidade e noutras infraestruturas. “Com o acordo de dupla tributação desaparece um dos obstáculos que havia, com a regularização das dívidas desaparece outro obstáculo enorme. Tem um efeito de confiança, de motivação e de arrastamento”, confidenciou.
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