Marcelo desvaloriza demora na dívida de Angola. Destaca “avanços” em sete meses
João Lourenço diz que à medida que as dívidas são certificadas vão sendo pagas e que forma de pagamento é negociada "caso a caso". Em Luanda, Marcelo prefere falar dos "avanços".
Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou esta quarta-feira as dívidas de Angola para Portugal, preferindo sublinhar os avanços “notáveis” no processo de pagamento de dívidas. O Presidente da República falava em Luanda numa conferência de imprensa conjunta com o presidente angolano, João Lourenço, transmitida pela TPA Angola, a televisão pública daquele país.
Confrontado com esta questão pelos jornalistas, João Lourenço não quis fugir ao assunto. A dívida “não é um tabu”, disse o chefe do executivo angolano, acrescentando que o “processo de certificação das dívidas está em curso, não está terminado. Estamos a aguardar que termine. À medida que for certificado, os pagamentos vão sendo feitos”, garantiu. João Lourenço acrescentou ainda que a forma de pagamento das dívidas é analisada “caso a caso”, assegurando que “não existe de certeza nenhum credor que possa dizer que lhe foi imposta uma forma de pagamento”.
João Lourenço admite que é natural que os bancos queiram ganhar com as operações de pagamento, que, segundo o Jornal de Negócios, estão a ser feitas em obrigações do tesouro indexadas ao kwanza, o que obriga muitas destas empresas a ter de monetizar estes valores e converter os kwanzas em euros. Operações essas que abarcam com comissões por parte dos bancos comerciais — escolhidos pelo Estado angolano –, que chegam a ascender aos 30% da verba paga.
Sobre este tema, Marcelo Rebelo de Sousa optou por salientar os progressos alcançados neste processo. “Estamos a falar de um processo que tem sete meses. O que é notável é que em sete meses se fez a delimitação do processo” referindo-se às dívidas reclamadas e certificadas, disse Marcelo Rebelo de Sousa que antes tinha feito uma intervenção muito centrada nas pontes construídas entre os dois países. “Houve uma fortíssima vontade política” das duas partes, disse, depois de João Lourenço destacar os 35 instrumentos de cooperação assinados que cobrem áreas económicas, sociais entre outras.
“Há muitos avanços na delimitação” e no processo que leva à recuperação de dívida, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que esta questão reforça “as condições de confiança não apenas entre os dois estados mas também entre os trabalhadores e as empresas”.
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