“Uma franja muito grande da população já nem é viva” quando for devolvido dinheiro do Novo Banco, diz Rui Rio
Não há mesmo nenhum euro dos contribuintes a ser usado no Novo Banco? Tal como Marcelo, Rio diz que há, porque quando o Fundo de Resolução devolver o dinheiro a maioria dos portugueses já nem é viva.
Quando o Fundo de Resolução devolver ao Estado o dinheiro que está a ser emprestado ao Novo Banco, uma “franja muito grande” da população portuguesa “já nem é viva”. As palavras são do Presidente do PSD que diz que, face ao horizonte tão alargado da devolução, vale pouco dizer (como disse o ministro das Finanças e o primeiro-ministro) que não há dinheiro público a ser usado nessa instituição bancária.
“A questão que se coloca é a seguinte: Se o Fundo de Resolução pagar ao Estado aquilo que o Estado está a emprestar, efetivamente não tem custos para os contribuintes. Se não pagar, tem”, sublinhou Rui Rio, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP 3.
Da mesma opinião partilha o Presidente da República, que na quinta-feira contrariou António Costa e salientou que há efetivamente “dinheiro dos contribuintes direta e indiretamente envolvido; Diretamente através da Caixa Geral de Depósitos, indiretamente envolvido através de financiamentos que vão aumentar a dívida pública do Estado”.
No início do mês, o primeiro-ministro tinha feito questão de garantir que existe um empréstimo ao Novo Banco e não uma “oferta de dinheiro dos contribuintes”. Na mesma linha, o ministro das Finanças já tinha sublinhando que “não há nenhum euro dos contribuintes a ser usado na injeção no Novo Banco“.
Foram esses os argumentos que Rui Rio considerou agora “não valerem nada”, já que a devolução do dinheiro emprestado só deverá ser concretizada daqui a 30 anos. “Na minha opinião, isso não vale nada. Quanto muito, poderia valer aos jovens muito jovens”, frisou o social-democrata.
Quanto à possibilidade de haver uma auditoria às contas do Novo Banco (que abranja o período após a resolução do Banco Espírito Santo), Rui Rio diz que é “absolutamente imprescindível” que tal aconteça. “O Novo Banco sabe que, apresentando determinadas imparidades, o dinheiro dos portugueses vai pagar isso, foi a forma como o Governo encontrou para vender o banco. Temos de ter auditoria que nos avalie se as imparidades são reais ou se estão a ser empoladas no sentido de rapidamente receberem o dinheiro dos contribuintes portugueses”, defendeu o líder do PSD, seguindo mais uma vez os passos de Marcelo Rebelo de Sousa, o que volta a contrariar o defendido por António Costa.
No início do mês, o Novo Banco anunciou que iria pedir uma nova injeção de capital ao Fundo de Resolução. Em causa estão 1.149 milhões de euros.
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