Medidas do BCE vão contribuir para crescimento real do PIB em 1,86 pontos até 2020
As medidas não convencionais de política monetária, que o BCE adotou desde junho de 2014, vão contribuir para o crescimento real em 1,86 pontos do PIB da zona euro entre 2016 e 2020.
As medidas não convencionais de política monetária, que o Banco Central Europeu (BCE) adotou desde junho de 2014, vão contribuir para o crescimento real em 1,86 pontos do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro entre 2016 e 2020, foi esta segunda-feira anunciado.
Além do crescimento real do PIB, as já referidas medidas não convencionais de política monetária que o BCE adotou desde junho de 2014 contribuirão para uma subida de 1,93 pontos percentuais da inflação da zona euro entre 2016 e 2020, referem os autores de um artigo do próximo boletim económico do BCE, que analisa o programa de compra de dívida pública e privada.
A contribuição para o crescimento do PIB da zona euro foi em 2016 de 0,79 pontos percentuais, em 2017 de 0,48 pontos percentuais, em 2018 de 0,31 pontos e espera-se que em 2019 seja de 0,2 pontos e em 2020 de 0,08 pontos, ou seja, um total acumulado de 1,9 pontos percentuais. No caso da inflação, a contribuição do programa foi em 2016 de 0,85 pontos percentuais, em 2017 de 0,49 pontos, em 2018 de 0,22 pontos, e espera-se que em 2019 de 0,21 pontos e em 2020 de 0,16 pontos.
Os autores do artigo publicado esta segunda-feira asseguram que o programa de compra de dívida “ajudou o BCE a cumprir o seu mandato de manter a estabilidade de preços” e que por isso o programa “é um instrumento efetivo nas ferramentas de política monetária do banco central”. O programa de compra de dívida mostrou “ser um instrumento de política monetária adaptável e efetivo, ajudando o BCE a cumprir o seu mandato”.
O Conselho de governadores decidiu em dezembro passado terminar as compras de dívida da zona euro, mas continuará a reinvestir o montante dos títulos que vençam durante um período prolongado depois da data da primeira subida das taxas de juro oficiais.
Na semana passada o BCE decidiu adiar a primeira subida das taxas de juro desde 2011 pelo menos até ao final de 2019.
O BCE aplicou depois da crise financeira de 2008 e da crise de endividamento soberano da zona euro de 2010 uma série de medidas não convencionais que incluem as compras de dívida, as taxas de juros dos depósitos negativas, as injeções de liquidez a quatro anos e a orientação sobre os movimentos das taxas de juro no futuro.
Depois de baixar as taxas de juro para 0% e aplicar todas estas medidas, o espaço para baixar mais as taxas de juro ficou “muito limitado”. Este programa de compra de dívida inclui as aquisições de obrigações garantidas e obrigações titularizadas desde finais de 2014, bem como as compras de dívida pública desde março de 2015 e as de dívida das empresas desde junho de 2016.
No total o BCE e os bancos centrais nacionais compraram dívida no valor de 2,6 biliões de euros até dezembro de 2018, dos 82% foi em dívida pública. O BCE mantém agora estabilizado o tamanho da carteira de compra de dívida ao reinvestir o montante das obrigações que vencem.
Durante o período entre 2015-2018 as compras de dívida foram “o principal instrumento de política monetária e o tamanho e duração esteve vinculado ao alcance de ajustamento sustentado da inflação para a estabilidade dos preços, que o BCE define como uma taxa inferior mas próxima de 2%.
Com estas compras o BCE pressionou para a baixa as taxas de juro de longo prazo e também alcançou uma convergência em todos os países da zona euro desde meados de 2014.
O Eurosistema executou quase 225.000 transações no âmbito do programa de compra de dívida pública e privada entre 2014 e 2018.
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