Portugal vai trocar Obrigações. Quer empurrar dívida para 2030
Operação acontece esta quarta-feira, segundo anunciou esta terça-feira o IGCP. É a segunda operação de troca de dívida este ano e o montante não é ainda conhecido.
Portugal vai realizar esta quarta-feira a segunda operação de troca de dívida este ano. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública — IGCP anunciou que a operação tem como objetivo comprar títulos com maturidade daqui a três anos. Em troca, vai vender Obrigações do Tesouro (OT) que vencem dentro de 11 anos.
“O IGCP vai realizar, no próximo dia 27 de março pelas 10h00, uma oferta de troca recomprando a seguinte Obrigação do Tesouro com maturidade em 2021: PTOTEYOE0007– OT 3.85 15 abril 2021″, afirmou a agência, em comunicado, sem especificar o montante esperado. Este tipo de operação resulta num alongamento da maturidade média da dívida portuguesa.
As operações de troca de obrigações têm feito parte da estratégia de Cristina Casalinho à frente do IGCP, beneficiando da redução nos juros. Esta terça-feira, a yield das Obrigações a 10 anos negoceia nos 1,3% depois de já ter tocado o mínimo histórico de 1,25%.
Nos próximos dois anos, Portugal terá de enfrentar uma série de amortizações de títulos que atingem as maturidades, incluindo 21 mil milhões de euros este ano, antes de uma redução até aos nove mil milhões de euros em 2020. O Tesouro tem vindo a atenuar os prazos de pagamentos com trocas e emissões de nova dívida mais longa. A última operação aconteceu em janeiro, quando a agência adiou o reembolso de de 700 milhões de euros em títulos que venciam no próximo ano, para 2028.
Em simultâneo, tem reembolsado a dívida mais cara que Portugal detém. Após ter realizado um reembolso antecipado da totalidade da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado, a estratégia irá manter-se. Em entrevista por escrito ao ECO, o Secretário de Estado Adjunto e das Finanças admitiu a possibilidade de o Governo começar a pagar antecipadamente parte do dinheiro que Portugal ainda deve ao Fundo de Resgate e aos parceiros europeus. No total, são mais de 50 mil milhões de euros.
“Com os pagamentos antecipados ao FMI, Portugal poupou mais de 850 milhões de euros, tomando como referência o custo médio do financiamento obtido nos 12 meses anteriores a cada pagamento. Da mesma forma, não excluímos a possibilidade de um reembolso antecipado dos empréstimos europeus em 2019, caso tal permita reduzir o custo do financiamento e melhorar a sustentabilidade da dívida. A melhoria das condições de financiamento da República continuam a permitir margens adicionais para poupança em juros”, afirmou Mourinho Félix.
(Notícia atualizada às 13h25)
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