Montepio ataca concorrência com spread da casa de 1,175%

O spread mínimo insere-se no âmbito de uma campanha de comemoração dos 175 anos do Montepio, e depende de alguns critérios como subscrição de produtos e ligações familiares com clientes do banco.

A “guerra de spreads” no crédito à habitação está ao rubro. Só em março já houve dois bancos a baixarem o spread mínimo que se dispõem a cobrar para financiar a compra de casa: o Crédito Agrícola e o Santander Totta. Mas como “não há duas sem três”. Também o Montepio entrou este mês na corrida com uma campanha em que promove um spread mínimo de 1,175%. Este valor é terceiro mais baixo do mercado. Apenas o Bankinter e o Banco CTT apresentam margens mínimas inferiores.

Este spread de 1,175% surge numa atualização de preçário feita esta quarta-feira, 27 de março, e contrasta com os 1,5% que o Montepio tinha inscrito na versão do documento que estava antes em vigor, e que é a margem mínima mais elevada do mercado.

Contactado, o Banco Montepio não especificou as condições necessárias para ter acesso a esse spread mínimo. Mas segundo conseguiu apurar o ECO, este valor insere-se no âmbito da campanha “175” que pretende comemorar os 175 anos da instituição financeira. Daí a existência de alguma similaridade entre o valor do spread mínimo e o número de anos que o Montepio celebra.

Mas para conseguir chegar àquela taxa são exigidas algumas condições. O seu ponto de partida é um spread base mínimo de 1,7%, que pode ser reduzido em 0,4% mediante a subscrição de produtos, resultando daí uma margem mínima de 1,3%.

É possível beneficiar de uma redução adicional no spread associada diretamente à campanha dos 175 anos do Montepio de 0,125%. Mas para tal é necessário que exista um vínculo familiar com relações ativas — pai ou mãe — de clientes atuais ou novos clientes. Descontando ao spread de 1,3% esse valor, resulta então o spread mínimo final de 1,175%.

A campanha dos 175 anos do Banco Montepio, terá uma duração de 175 dias, até 30 de setembro, revelou entretanto a instituição financeira em comunicado, esta sexta-feira, esclarecendo ainda que “as condições contratadas vão vigorar durante todo o prazo do contrato”.

Apesar de se tratar de uma oferta promocional, e de não se saber qual será a sua duração, essa descida de spread pelo Montepio acontece num contexto de forte disputa entre os bancos na captação de clientes para as respetivas ofertas de crédito à habitação. Desde o início do ano, e sem contar com o Montepio, já houve três bancos a reverem em baixa as suas margens mínimas no financiamento da compra de casa. O primeiro foi o BPI que, em fevereiro, baixou o seu spread mínimo dos 1,5% para 1,25%.

Mais recentemente, já em março, o Crédito Agrícola e o Santander deram passos semelhantes. Ambos colocaram os respetivos spreads mínimos nos 1,2%, passando a disponibilizar das ofertas mais competitivas do mercado.

Com a campanha agora em vigor, o Banco Montepio ultrapassa o Eurobic (1,49%), a Caixa Geral de Depósitos (1,3%), o BCP, o Novo Banco, o Santander Totta — os três com spreads mínimos de 1,25% –, mas também o Crédito Agrícola e o BPI.

Valores mais baixos no mercado só os que estão em vigor no Bankinter e no Banco CTT. Pelo menos enquanto a campanha do Banco Montepio estiver em vigor.

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