Dólar avança contra tudo e contra todos
"Make dolar great again". Podia ser este o lema de Donald Trump. A divisa norte-americana avança contra tudo e contra todos.
“Make dolar great again”. Não é o lema que Donald Trump usou na sua campanha eleitoral que culminou com a sua vitória no dia 8 de novembro, mas, para os investidores, ele faz todo o sentido. O dólar continua em forte apreciação no mercado cambial com a perspetiva de subida dos juros da Reserva Federal norte-americana em dezembro. Em relação ao iene, a “nota verde” regista as melhores três semanas — desde que Trump foi eleito — desde 1995.
Face ao euro, a paridade está cada vez perto no horizonte. Cada dólar está a negociar esta sexta-feira nos 0,91 euros (um euro está a valer 1,06 dólares), depois de uma valorização de 2,31% ao longo do mês. É a subida mais forte registada desde maio. Em relação ao franco suíço, o dólar assume uma apreciação de 1,81% em novembro, o melhor mês desde janeiro, para cotar nos 0,989 francos suíços.
O índice Bloomberg Dollar Spot, que acompanha a evolução da “nota verde” contra as 10 principais divisas mundiais, acumulava um ganho de mais de 2% e negociava em máximos desde dezembro de 2004, ano que a Bloomberg começou a compilar estes dados.
Nota verde cada vez mais verde
A dar força à divisa norte-americana está a convicção do mercado de que a Fed vai subir os juros diretores já no início do próximo mês. Isso mês sinalizou, de resto, os responsáveis do banco central americano nas atas divulgadas esta semana.
“Alguns participantes notaram que as recentes comunicações do comité eram consistentes com um aumento no intervalo das taxas de juro da Fed, no curto prazo, ou argumentaram que, para preservarem a credibilidade, uma subida dessa natureza deveria ocorrer na próxima reunião”, revelaram os registos do Comité de Operações no Mercado Aberto (FOMC).
A retirada dos estímulos monetários apresenta-se como necessária para a Fed manter a subida dos preços sob controlo. À promessa de Donald Trump de inundar a economia de estímulos junta-se a expectativa de que a inflação vai dirigir-se rapidamente para um nível onde a Fed assegura a estabilidade dos preços e da economia.
“Desde que os fluxos de dados continuem a ser relativamente robustos e fortes, isso dá suporta à tese de que o dólar vai liderar em termos da resiliência da economia, em termos de liderança da política”, referiu Claudio Piron, do Bank of America, à Bloomberg. “Parece que estamos a ter fluxos em construção dentro do dólar”, acrescentou.
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