Japão deteve (outra vez) Carlos Ghosn por alegado desvio de 4,4 milhões
A nova detenção do ex-presidente da Nissan aconteceu pouco mais de um mês depois de Ghosn ser libertado sob fiança.
O Ministério Público (MP) de Tóquio revelou que a última detenção do ex-presidente da Nissan justifica-se pela suspeita de que Carlos Ghosn desviou cinco milhões de dólares (o equivalente a 4,4 milhões de euros). Os procuradores do MP adiantaram que o dinheiro terá sido desviado de uma subsidiária da Nissan para uma concessionária fora do Japão.
A detenção aconteceu pouco mais de um mês depois de Ghosn ser libertado sob fiança quando se encontrava sob custódia das autoridades, suspeito de má conduta financeira enquanto liderava a fabricante japonesa. Os procuradores acreditam que o dinheiro desviado terá ido para uma empresa que Ghosn praticamente administrou.
O comunicado divulgado esta quinta-feira não mencionou Omã, mas uma investigação anterior da parceira francesa da Nissan Motor Co., da Renault, centrou-se em pagamentos realizados a uma concessionária naquele país, sendo que se suspeita que parte do dinheiro foi canalizado para uso pessoal de Ghosn.
Já o ex-presidente da Nissan voltou a garantir que está inocente. Ghosn “nega totalmente todas as acusações”, disse Junichiro Hironaka, chefe da equipa de advogados de defesa de Ghosn aos jornalistas, durante uma conferência de imprensa em Tóquio, acrescentando que a nova detenção é uma estratégia da Procuradoria para “pressionar Ghosn”, impedindo-o de falar publicamente.
A defesa do ex-presidente da Nissan Motor e Renault já anunciou que vai “recorrer com firmeza” à nova detenção de Carlos Ghosn por processos adicionais, pretendendo conseguir a libertação o “mais rápido possível”. Hironaka acrescentou, ainda, que é “pouco comum” a nova detenção de que foi alvo do ex-diretor da Nissan Motor e Renault, em Tóquio.
Hironaka disse também que as novas acusações que foram apresentadas contra Ghosn “não são novas”, estando relacionadas com os delitos de que já foi acusado: ocultação de compensações milionárias em alegado conluio com a Nissan Motor e abuso de confiança por usar os fundos da empresa para solucionar prejuízos financeiros pessoais.
(Notícia atualizada às 11h43 com reação da defesa de Carlos Ghosn)
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