Novo Banco à espera do Fundo de Resolução para vender malparado em Espanha ao fundo Waterfall
António Ramalho está à espera de luz verde do Fundo de Resolução para fechar venda do projeto Albatros em Espanha, uma carteira de ativos tóxicos no valor de 400 milhões de euros.
O Novo Banco está somente à espera da autorização do Fundo de Resolução para vender uma carteira de malparado no valor de 400 milhões de euros em Espanha ao fundo norte-americano Waterfall.
Em vista está a alienação da designada carteira “Albatros”, um portefólio composto por crédito malparado e imóveis que, conforme tinha adiantado o ECO no final do ano passado, tinha chamado também o interesse do fundo Bain.
A conclusão da operação está dependente do Fundo de Resolução, liderado por Luís Máximo dos Santos, já que é a entidade que vai assumir as perdas com a alienação dos ativos do Albatros, de acordo com o jornal espanhol El Confidencial, que adianta que o banco já tem um acordo apalavrado com o fundo Waterfall.
Esta situação decorre do mecanismo de capital contingente criado aquando da venda de 75% do Novo Banco ao fundo Lone Star, em 2017. Este mecanismo funciona como uma espécie de garantia pública que obriga o Fundo de Resolução a injetar dinheiro no banco sempre que se verifiquem perdas com um conjunto de ativos e os rácios de capital caem abaixo do nível exigido pelas autoridades regulatórias. Tem um “plafond” de 3,9 mil milhões de euros, dos quais 1,9 mil milhões já foram acionados pelo banco liderado por António Ramalho.
Segundo o jornal espanhol, a carteira “Albatros” inclui créditos imobiliários e créditos de grandes empresas que foram concedidos pelo antigo BES Espanha, devendo corresponder entre 15% a 20% do tamanho do Novo Banco naquele mercado.
Ao mesmo tempo que tenta fechar este dossiê, António Ramalho também já deu início ao processo de venda do “Nata 2”, conforme noticiou o ECO em primeira mão. Trata-se de uma carteira de crédito malparado no valor de 3,3 mil milhões de euros, a maior de sempre à venda em Portugal. Diz respeito a créditos empresariais, dos quais 30% têm uma garantia associada (secured). Entre os fundos que já manifestarem interesse pelo “Nata 2” estão os fundos Bain, Cerberus e KKR.
A operação de venda está a ser liderada pela Alantra, sociedade espanhola que tem como partner Rita Barosa, e que tem assessorado o banco de António Ramalho noutras transações semelhantes. O banco conta ainda com o apoio da auditora KPMG. A venda deverá concluir-se no terceiro trimestre.
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