MS World Explorer, de Viana do Castelo até às águas polares
O empresário Mário Ferreira fez o batismo oficial do MS World Explorer, o primeiro navio oceânico construído em Viana do Castelo.
É um paquete com “126 metros de comprimento, 19 metros de largura e 4,7 metros de calado, oito pisos, sendo que seis são para os passageiros”. Foi assim que o empresário Mário Ferreira começou por descrever o MS World Explorer, um navio construído nos estaleiros West Sea e que zarpa de Viana do Castelo em maio. Com uma capacidade para 200 passageiros e 110 tripulantes, representou um investimento de 70 milhões de euros do grupo Mystic Invest.
Este é o primeiro navio oceânico construído em Portugal. O MS World Explorer é o primeiro navio oceânico, de uma serie três já encomendados, construído nos Estaleiros de Viana do Castelo, preparado para navegar em águas polares com até um metro de espessura de gelo. “O navio foi construído por 3.500 trabalhadores das mais diversas especialidades, de 32 nacionalidades, sendo que na construção do casco foram despendidas 800 mil horas de trabalho”, afirmou Mário Ferreira no dia de batismo do navio. “Foi preciso unir 75.250 peças, como num puzzle, foram necessárias 2.860 toneladas de aço, usados mais de 500 quilómetros de fios”, especificou, sendo que “os primeiros cinco anos do navio estão já vendidos”.
Em novembro de 2018, a empresa de Mário Ferreira encomendou mais dois novos navios da mesma série, o MS World Voyager e o MS World Navigator, que deverão começar a operar em 2020 e 2021, respetivamente. A construção daqueles dois navios representa um investimento de 165 milhões de euros, financiado pelo ICBC Leasing, Banco Industrial e Comercial da China.
A construção deste navio em Viana do Castelo foi um dos pontos salientados por António Costa, presente no batismo oficial do Explorer. O primeiro-ministro afirmou que os estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo, são “uma referência da capacidade de renovação da indústria naval do país”, apontando como exemplo o primeiro navio oceânico “integralmente concebido e fabricado” em Portugal. “Nunca tinha sido construído um paquete em Portugal”, afirmou António Costa durante a cerimónia de batismo do MS World Explorer.
O primeiro-ministro destacou ter sido informado pelo Almirante António Silva Ribeiro, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, presente na cerimónia, que, “em Portugal, há 45 anos que não era construído um navio com as dimensões do paquete” batizado nos estaleiros da subconcessionária dos extintos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
“O meu profundo agradecimento e reconhecimento pela excelência do trabalho que vem desenvolvendo em prol da economia nacional. Sem a West Sea isto não seria possível”, sublinhou, aplaudido pelas cerca de 400 pessoas presentes numa tenda gigante montada nos estaleiros e onde marcaram presença, entre outras personalidades, o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, o presidente do PSD, Rui Rio, e o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa.
António Costa adiantou que “se tudo correr bem” o Governo encomendará “mais seis novos Navio Patrulha Oceânico (NPO) e outros navios previstos na Lei de Programação Militar”, recordando que, nos estaleiros de Viana do Castelo, outros quatro NPO já foram construídos para a Marinha portuguesa, dois dos quais pela West Sea.
António Costa referiu-se a Mário Ferreira como “um exemplo extraordinário da qualidade dos empresários do setor do turismo”, pela capacidade de “diversificar a oferta e quebrar a sazonalidade”. “Mais do que isso, Mário Ferreira tem contribuído muito significativamente para a internacionalização da indústria do turismo”, sublinhou.
Costa adiantou que o “turismo não é uma atividade que viva para si própria e de si própria,” mas “é um fator imenso de atração em toda a cadeia da economia nacional”, apontando o caso do primeiro dos três paquetes que a Mystic Invest vai construir. “Por um lado, a indústria naval, mas também a do mobiliário, têxtil, loiças, cutelaria. A indústria nacional está aqui presente. Presente estarão também os produtos agroalimentares servidos a bordo, desde a excelência dos nossos vinhos à excelência do nosso café. Cada um destes navios será uma grande embaixada de Portugal um pouco por todo o mundo”, defendeu.
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