Álvaro Santos Pereira é que sabia. Pastéis de nata já andam nas bocas do mundo

Há sete anos, o então ministro da Economia lançava o repto: fazer dos pastéis de nata um produto tão famoso como os hambúrgueres da Mcdonalds. Hoje, o doce português já anda nas bocas do mundo.

Ir a uma pastelaria e pedir um café e um pastel de nata é um hábito secular de muitos portugueses, que pode estar em vias de se tornar um costume em outros países do globo. Desde Londres a Singapura, a iguaria está a ganhar destaque nas montras das pastelarias e prateleiras de supermercado internacionais.

Em 2012, Álvaro Santos Pereira lançava o repto, depois envolto em polémica, para a internacionalização do pastel de nata, questionando porque não tinha a iguaria a dimensão internacional dos hambúrgueres do McDonalds. Sete anos depois, esta “sobremesa improvável está [mesmo] a caminho de se tornar tão conhecida como o croissant”, garante a Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês), numa reportagem sobre o doce típico português. A promoção por parte do Governo é apontada como um dos fatores que ajudou a expansão do pastel de nata pelo mundo.

Em anos mais recentes, o atual Executivo andou pelo estrangeiro a promover o país e os seus produtos, um empreendimento no qual gastou 50 milhões de euros anuais, sem esquecer os pastéis de nata. As exportações de produtos portugueses, bem como carne e gado, superaram os mil milhões de euros em 2016, um valor que duplicou em sete anos.

O negócio de Mabilio de Albuquerque, apelidado de Nata Pura, será outro dos responsáveis pela crescente popularidade destes bolos. A empresa, criada em 2013, teve uma expansão rápida, com a ajuda de um investimento de seis dígitos da sociedade gestora de fundos de capital de risco público, Portugal Ventures.

Apesar da referência à pureza no nome, os pastéis são adaptados aos gostos locais, como a inclusão de chá verde na receita para o Japão e queijos como o Brie e Camembert em Paris. Atualmente, vende cerca de 500 mil pastéis de nata por mês, em cinco mil lojas espalhadas pelo mundo. As vendas situam-se entre os 1,5 e dois milhões de euros, um valor que Mabilio espera duplicar neste ano.

A Coreia do Sul foi um dos países que aderiu em força a esta sobremesa. Mais de um terço do negócio da Nata Pura vem do país, onde um dos clientes, a cadeia de lojas de conveniência CVS, quer distribuir a iguaria portuguesa em 12.500 unidades. Os britânicos serão também dos maiores fãs. O Lidl indicou que, em 2018, vendeu dois mil pastéis de nata por hora no Reino Unido.

Por um dos bairros mais famosos de Nova Iorque, em Manhattan, o pastel de natal pode ser encontrado num restaurante com uma estrela Michelin. O chef George Mendes é o responsável pelo Aldea, um restaurante de inspiração portuguesa que abriu na “Big Apple” em 2009. O português será o único chefe de topo a oferecer esta iguaria em Manhattan, mas confessa à Bloomberg que não ficará surpreendido se mais se juntarem.

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