Portugal consegue juros mais negativos para emitir 1.250 milhões de euros em dívida de curto prazo
Numa altura de quedas nos juros da dívida portuguesa, o IGCP foi esta quarta-feira ao mercado de dívida para um leilão duplo de bilhetes do Tesouro a três e 11 meses.
Portugal voltou a conseguir emitir dívida de curto prazo com juros negativos. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou, esta quarta-feira, 1.250 milhões de euros, num leilão duplo de Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses. Em ambas as maturidades, a taxa de juro foi mais negativa que em anteriores emissões semelhantes.
No caso das BT a 11 meses, foram colocados 950 milhões de euros, com uma taxa de juro de -0,368%. O valor compara com os -0,363% conseguidos pelo país no último leilão comparável, realizado a 22 de fevereiro, e aproxima-se cada vez mais dos mínimos históricos conseguidos há um ano: -0,389%.
Já nas BT a três meses, o IGCP emitiu 300 milhões de euros, a uma taxa de -0,415%. O juro conseguido representa uma forte queda face aos -0,389% da última colocação, também em fevereiro.
“Portugal continua a beneficiar das baixas taxas de juro que temos na Europa, depois de o Banco Central Europeu ter referido, que só as iriam subir no ano 2020, se as condições económicas assim o permitirem“, afirmou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa. “Este leilão acaba por refletir o que aconteceu no último leilão de obrigações de longo prazo onde observamos taxas mínimas históricas“.
Nos últimos meses, o país tem conseguido sucessivamente emitir dívida de curto prazo com juros negativos. Voltou a acontecer esta quarta-feira, numa altura em que os juros de longo prazo têm negociado próximos de mínimos históricos. No caso da dívida benchmark, as obrigações a 10 anos, a yield tem caído em mercado secundário, situando-se nesta sessão em 1,198%.
Silva sublinhou ainda que “Portugal começou a ter leilões com taxas negativas em abril de 2015, o que tem permitido baixar o custo médio da dívida”. O Tesouro financiou-se, em 2018, com os custos mais baixos de sempre (1,8%) e, este ano, o juro médio pago por nova dívida deverá voltar a cair. Além das taxas favoráveis, o apetite dos investidores por dívida portuguesa continua elevado, apesar de mais ligeiro que no último leilão comparável.
No caso dos títulos que vencem a 20 de março de 2020 a procura superou a oferta em 3,12 vezes, quando no último leilão tinha sido seis vezes superior à oferta. Nos bilhetes com prazo em 19 de julho de 2019, a procura foi 1,64 vezes superior à oferta, face a 2,3 vezes da última oferta comparável.
(Notícia atualizada às 11h20)
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