Itália renova preocupações sobre o défice. Juros da dívida sobem e ações caem
Governo italiano espera saldo orçamental negativo de 2,4% este ano e Moscovici antecipa problemas. O banco central já vê défice em 3,4% no próximo ano, se não houver aumentos de impostos.
Itália poderá enfrentar um novo conflito com a Comissão Europeia. O vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio afirmou, em entrevista à CNBC, que o país não vai adotar políticas de austeridade, apesar de o Governo ter cortado as projeções de crescimento para 0,2% este ano, face à anterior estimativa de 1%.
A nova estimativa para o défice é de 2,4%, o que quebra o compromisso que tinha sido celebrado com a Comissão Europeia de que o saldo orçamental negativo fosse inferior a 2%. A dívida pública deverá atingir um novo recorde de 132,6% do PIB.
“Poderemos voltar a ter problemas com Itália”, disse o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, sobre o assunto, a uma semana de o gabinete de estatísticas europeu enviar para Bruxelas as primeiras notificações sobre os procedimentos do défice excessivo relativos a 2018.
O diretor do banco central italiano para os assuntos económicos, Eugenio Gaiotti, afirmou ainda esta terça-feira no Parlamento que, sem um aumento do IVA, o défice poderá atingir 3,4% do PIB em 2020 e 3,3% em 2021.
A renovada instabilidade sobre as perspetivas económicas e do saldo orçamental italianos lançou um sentimento negativo sobre os mercados financeiros. A yield das obrigações de Itália a dez anos sobem sete pontos base para 2,63%, um novo máximo da semana. Em sentido contrário, o índice acionista FTSE MIB tomba 0,25% para 21.837,25 pontos.
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