Inapa passa de lucros a prejuízos de 3,6 milhões com queda do consumo do papel
Num ano marcado por uma queda "anormalmente elevada" do consumo de papel, a Inapa passou de lucros para prejuízos de 3,6 milhões de euros.
A Inapa passou de 200 mil euros de lucros em 2017 para prejuízos de 3,6 milhões de euros no ano passado, um período “marcado pela queda anormalmente elevada do consumo de papel na Europa Ocidental”, revelou a empresa, esta quarta-feira.
Em comunicado, a Inapa revelou que fechou o ano de 2018 “com um volume de negócios de 860 milhões de euros, menos 2,9% do que em 2017 num mercado que na Europa Ocidental sofreu uma quebra de consumo de papel de 7,4%”.
Citado na mesma nota, o presidente executivo da empresa, Diogo Rezende, reconheceu que “a queda do consumo, a maior desde a crise de 2009, influenciou, decisivamente, a evolução da atividade. A significativa redução de custos operacionais só compensou parcialmente a redução de vendas e respetiva margem”. Ainda assim, a “Inapa registou uma evolução importante com uma redução de 24 milhões de euros da dívida líquida, sendo que a dívida de curto prazo diminuiu 20 milhões de euros ou 29%”, adiantou o mesmo responsável.
A dívida líquida consolidada em 31 de dezembro de 2018 registava 272,2 milhões de euros. O grupo registou um EBITDA de 16,5 milhões de euros, 2,8 milhões de euros abaixo do ano de 2017, ou seja, uma queda de 14,3%, lê-se na mesma nota.
O grupo recordou ainda que o ano de 2018 foi o primeiro completo “após a fusão das sociedades em França, tendo já sido notório o contributo para esta poupança dos ganhos de otimização de recursos, nomeadamente na eficiência ao nível da rede de logística e distribuição, sendo que ainda há um grande potencial de otimização a alcançar no médio prazo”. A Inapa tem vindo a comprar empresas fora de Portugal.
A sociedade contabiliza, assim, a poupança total de custos no ano passado face a 2017 de 7,0 milhões de euros, “incluindo o valor de imparidades e custos não recorrentes”. No entanto, “os custos financeiros líquidos aumentaram 1,1 milhões de euros para 14,3 milhões de euros face ao ano anterior”, de acordo com o grupo, que diz que esta evolução se deve ao “impacto da desvalorização da lira turca no aumento do custo de financiamento e nas diferenças cambiais, bem como a alguns encargos ‘upfront’ [à cabeça] inerentes a renegociações com bancos, das quais resultaram novos planos de reembolso com um aumento expressivo da maturidade média”.
A Inapa recordou ainda que em 2018 foi anunciado acordo que fechou para a compra de 100% do capital social da Papyrus Deutschland, que depende da aprovação da Autoridade da Concorrência alemã.
Diogo Rezende acredita que “esta operação será transformacional para o grupo e irá permitir obter substanciais ganhos de eficiência na Alemanha. Quando concretizada passaremos a deter uma posição de liderança nos dois maiores mercados Europeus, Alemanha e França. Esta aquisição fará crescer o nosso volume de negócio em mais de 50%, ficando perto duma faturação anual de 1300 milhões de euros”. A empresa conta com 1.350 colaboradores e opera em 10 países.
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