Governo diz que prazo dado por sindicato das matérias perigosas “não é uma ameaça” de nova greve

  • Lusa
  • 30 Abril 2019

Depois de o sindicato das matérias perigosas dar sete dias à ANTRAM para responder às reivindicações, o ministro da Economia reitera que "é natural que as partes tomem posições".

O Governo considerou esta terça-feira que o prazo de sete dias dado pelo sindicato dos motoristas de matérias perigosas à associação patronal para responder às reivindicações “não é uma ameaça” de nova greve, esperando uma “conclusão satisfatória” das negociações.

“Não vejo isso como uma ameaça. Houve uma primeira reunião de negociação, no âmbito de uma tentativa de chegar a acordo num conflito laboral que, neste momento, está pacificado, mas é natural que as partes tomem posições para tentarem reforçar as suas posições negociais”, afirmou o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Falando aos jornalistas em Bruxelas, à entrada de uma reunião da Aliança Europeia para as Baterias, o governante recordou que “o Governo nomeou um mediador para assegurar que as negociações são conduzidas da forma mais pacífica, eficaz e produtiva possível”. “E é disso que estamos à espera neste processo”, acrescentou.

Pedro Siza Vieira reforçou que este mediador foi nomeado para “ajudar as partes a aproximarem as suas posições e chegarem a uma conclusão satisfatória”. Questionado se confia nas negociações, Pedro Siza Vieira garantiu: “Com certeza”.

Na segunda-feira, arrancaram as negociações entre o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadoria (ANTRAM), no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa. No final do encontro, Pedro Pardal Henriques, do SNMMP, lamentou que a ANTRAM não estivesse preparada para as negociações, dando-lhe sete dias para responder às reivindicações e pondo em cima da mesa a possibilidade de uma nova greve.

O responsável sindical disse estranhar que a ANTRAM não conhecesse já as reivindicações dos motoristas, garantindo que a estrutura sindical não está “a brincar” e exigindo que a associação se pronuncie dentro de uma semana.

Caso a associação não se pronuncie dentro do prazo estipulado, os trabalhadores vão utilizar “todos os mecanismos” de que dispõem, em especial, e “muito provavelmente”, uma nova paralisação, assegurou Pedro Pardal Henriques, o assessor jurídico do sindicato e antigo vice-presidente.

Entre as reivindicações dos motoristas de matérias perigosas está um salário de 1.200 euros, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma. O SNMMP foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.

A arbitragem do executivo levou a que os representantes sindicais e empresariais chegassem a acordo, no dia 18, ficando o início do processo negocial formal agendado para dia 29 e a paralisação foi desconvocada de imediato. Durante os três dias de paralisação o sindicato conseguiu mais 200 sócios, que são agora mais de 700, num universo de cerca 900.

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