Petróleo cai 1% com mercado a antecipar falta de acordo na OPEP
Negociações de última hora entre os membros da OPEP deverão terminar sem qualquer acordo em relação a um corte na produção de petróleo. Barril cede mais de 1%, em reflexo deste ceticismo.
A caminho para a decisiva reunião, que vai decidir se há um corte na produção de petróleo entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), poucos são os que acreditam que vai haver um acordo que visa estabilizar os preços do barril nos mercados internacionais. O encontro da OPEP está agendado para quarta-feira mas, durante esta segunda-feira, os responsáveis vão tentar alcançar uma base de entendimento à última da hora. Reina o ceticismo entre os investidores.
Os preços do petróleo mantinham esta segunda-feira em queda, depois do tombo de mais de 3% na sexta-feira. O barril de Brent, o contrato de referência para as importações nacionais, cedia 1,04% para 46,75 dólares, ao mesmo tempo que o crude desvalorizava 1,06% para 45,57 dólares por barril em Nova Iorque.
A Arábia Saudita sinalizou este fim de semana que a OPEP não tem necessariamente de chegar a um acordo para baixar a produção e retirou-se de uma reunião que vários membros do cartel vão realizar com outros produtores que não fazem parte da OPEP, incluindo a Rússia.
Entretanto, enquanto os ministros da Energia da Argélia e da Venezuela deslocam-se a Moscovo para convencer a Rússia a integrar um acordo, os responsáveis da OPEP realizam esta segunda-feira um encontro interno para resolver as diferenças em antecipação à reunião de quarta-feira, a última oportunidade que o cartel terá para implementar uma restrição na produção de ouro negro a nível global.
“O mercado está atualmente sob pressão por causa das incertezas levantadas por várias notícias, incluindo esta da Arábia Saudita de abandonar as discussões desta segunda-feira com produtores fora da OPEP”, referiu Seo Sang-young, da Kiwoom Securities, à Bloomberg. “É também altamente suspeito que a OPEP consiga manter as suas promessas mesmo que alcance um acordo porque os membros estão constantemente a aumentar a produção”, acrescentou.
Segundo o ministro do Petróleo saudita, a procura global por petróleo deverá recuperar no próximo ano, permitindo a estabilização dos preços, mesmo que a OPEP não avance para cortes. Tinha sido a Arábia Saudita um dos principais impulsionadores deste acordo no seio do cartel que iria impor a primeira redução da produção de petróleo em oito anos.
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