Taxa de desemprego subiu para 6,8% no primeiro trimestre
O INE regista mais desempregados e menos empregados no arranque de 2019 em relação à reta final de 2018. Governo diz que agravamento é sazonal e destaca descida face ao período homólogo.
A taxa de desemprego subiu para 6,8% no primeiro trimestre de 2019, depois de nos três meses anteriores se ter situado em 6,7%. Apesar do abrandamento esperado para a economia portuguesa para o conjunto do ano, o número de pessoas sem trabalho face à população ativa deverá voltar a baixar em relação a 2018, antecipa o Governo de António Costa.
Trata-se de um agravamento do desemprego face ao trimestre anterior, o que já não acontecia desde o primeiro trimestre de 2016, face ao último de 2015, quando a taxa de desemprego aumentou de 12,2% para 12,4%. Esta comparação parece sinalizar que num período de estabilização da taxa de desemprego há um aumento entre o último trimestre e o primeiro, já que a taxa apurada pelo INE no Inquérito ao Emprego não está corrigida de variações sazonais.
Apesar do agravamento, a taxa de desemprego voltou a cair face ao período homólogo, já que no arranque de 2018 a taxa de desemprego foi de 7,9%.
Em abril, quando fez o Programa de Estabilidade, o Governo reviu em alta a previsão que tinha para a taxa de desemprego para o conjunto do ano, o que aconteceu pela primeira vez nesta legislatura, sinalizando assim que os ganhos no mercado de trabalho podem estar a desvanecer-se.
Mais desempregados e menos pessoas a trabalhar
Segundo os números do INE, a explicar este aumento da taxa de desemprego entre o final de 2018 e o início de 2019 estão dois fatores: o aumento da população desempregada e a descida da população empregada.
“A população desempregada, estimada em 353,6 mil pessoas, aumentou 1,3% (4,5 mil) em comparação com o trimestre anterior”, escreve o INE na nota divulgada esta quarta-feira. “Na população empregada, 4.880,2 mil pessoas, foi observado um decréscimo trimestral de 0,1% (2,8 mil)”, acrescenta o instituto estatístico.
O INE avança que o aumento da população desempregada face ao trimestre anterior aconteceu “principalmente” nas mulheres (mais 7 mil), nas pessoas com 45 anos ou mais (mais 8,7 mil), nas que completam o 3.º ciclo de ensino básico (11,9 mil pessoas), em quem está à procura de novo emprego (13,8 mil). Além disso, os dados do INE mostram que o aumento do desemprego foi transversal a vários setores de atividade. O INE fala em agravamentos “provenientes maioritariamente do setor da indústria, construção, energia e água (5,1 mil;
7,8%)” e em pessoas “à procura de emprego há menos de 12 meses (5,8 mil; 3,2%)”.
Já no lado do emprego, a redução do universo aconteceu essencialmente nos homens, entre as pessoas com mais de 65 anos, entre os que têm no máximo até ao 3.º ciclo do ensino básico, e os que trabalham nos setores
da indústria, construção, energia e água, por conta de outrem e a tempo completo.
Vieira da Silva destaca sazonalidade do primeiro trimestre
Comentando os dados do primeiro trimestre, que apontam para o primeiro agravamento trimestral em três anos, o ministro do Trabalho e da Segurança Social avança que “os dados do desemprego mantém-se na linha dos últimos anos”. “Esta variação do primeiro trimestre face ao quarto trimestre acontece na maior parte dos anos”, devido à “sazonalidade do emprego”.
Vieira da Silva destaca que face ao que se passou no mercado de trabalho há um ano “assistimos a uma redução”. O ministro acrescenta que os movimentos mais importantes no mercado de trabalho apontam para uma “melhoria do desemprego juvenil” e uma “melhoria da qualidade do emprego e redução dos contratos a termo”.
(Notícia atualizada às 12h17)
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