Dar nove anos aos professores seria “condenar setor a montanha russa”, diz Vieira da Silva
Vieira da Silva deixa claro que o Governo não está disponível para alinhar em propostas que foram feitas "sem a devida avaliação", como a que prevê a recuperação integral do tempo congelado.
Avançar com a recuperação integral do tempo “perdido” pelos professores seria “condenar” esse setor a uma “espécie de montanha russa em que se dá e depois se tira, congela e depois se descongela”. Quem o diz é o ministro do Trabalho e da Segurança Social. A poucos dias de os deputados votarem a contabilização dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados, Vieira da Silva insiste que o Executivo de António Costa “não está disponível para alinhar” em propostas que foram feitas “sem a devida avaliação”.
“O Governo não está disponível para alinhar em propostas que são feitas sem a devida avaliação, porque fazê-lo seria condenar esses setores profissionais a uma espécie de montanha russa em que se dá e depois se tira, congela e depois descongela. Nós o que definimos foi aquilo que é possível ser feito”, disse o governante, em declarações aos jornalistas, esta manhã.
Vieira da Silva defendeu que, ao contrário do que têm dito os sindicatos, o Governo não está a colocar os portugueses contra os professores, está apenas a aplicar o mesmo racional que foi adotado para as restantes carreiras da Administração Pública: os tais 70% do módulo padrão. E lembrou que há outros profissionais que não trabalham para o Estado que também sofreram com a crise.
O ministro fez também questão de reforçar que o Executivo “não tem condições para aceitar alterações tão profundas”, como aquela implicada na proposta que foi aprovada na especialidade, na última quinta-feira. Em causa está, recorde-se, a contabilização integral do tempo congelado na carreira docente. PSD, CDS, BE e PCP votaram a favor desta medida, que compara com o decreto-lei aprovado pelo Governo que prevê a recuperação de apenas dois anos, nove meses e 18 dias.
Perante esta decisão dos deputados, o primeiro-ministro deixou claro que se iria demitir, caso a lei avançasse, já que tal afetaria consideravelmente, disse António Costa, as contas públicas e a própria governação. A esquerda manteve-se firme perante este ultimato, mas a direita acabou por ceder e fazer regressar as condicionantes financeiras, isto é, PSD e CDS adiantaram que só votarão a favor da contabilização integral se se aprovar uma salvaguarda, que faça depender essa recuperação de critérios económicos e financeiros.
Apesar dos apelos dos sindicatos, PCP e BE já confirmaram que irão chumbar esse travão, sendo expectável que a direita vote desfavoravelmente a recuperação integral do tempo “perdido” pelos docentes. O texto final da proposta foi aprovado, na terça-feira, podendo a sua votação ser marcada já para sexta-feira.
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