Banqueiros querem cobrar comissões aos clientes no Multibanco
O tema da isenção de custos de utilização das caixas automáticas voltou à baila a propósito das comissões do MB Way que os bancos vão começar a cobrar. Banqueiros criticam atual lei.
Os presidentes dos principais bancos nacionais defendem que se deve cobrar pela utilização das caixas automáticas, uma vez que se trata de um serviço prestado pelas instituições financeiras. E também porque é essa a prática dos outros países europeus.
“Alguém tem de pagar pelos serviços. É como o telemóvel: se utilizo um serviço, tenho de pagar por ele“, referiu Pablo Forero, presidente do Banco BPI na conferência CEO Banking Forum, dedicada ao tema “Um olhar sobre os desafios futuros da economia, inovação e financiamento”, que decorreu no Campus de Carcavelos da Nova SBE.
A mesma opinião foi partilhada pelo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD). “Se há uma prestação de serviço, ele tem de ser pago. Não é justo que os trabalhadores do banco não devam ser remunerados pelo serviço que prestam. Quer sejam [os trabalhadores] de agências, de caixas automáticas, isso [não pagar pelo serviço] é uma coisa que não existe”, sublinhou Paulo Macedo na mesma conferência.
Para Miguel Maya, a questão não é se as caixas automáticas devem ser ou não pagas, argumentando que se deve aplicar as condições dos bancos europeus aos bancos portugueses. “Estamos numa União Bancária ou em Portugal? Se for gratuito, deve ser gratuito em toda a Zona Euro. Se é pago, concretamente em que todos os serviços têm um custo suportado pelo cliente, então que seja uniforme na União Bancária”, frisou o CEO do BCP.
António Ramalho também defendeu a ideia de que todos devem ser remunerados pelos serviços que prestam, dando a sua concordância às opiniões dos outros banqueiros com quem partilhou palco. “É um conceito que está a ser alargado a todas indústrias”, disse o presidente do Novo Banco, lembrando que Portugal é dos países com mais caixas automáticas entre os que têm mais riqueza. “É muito difícil lá fora explicar que esta rede seja uma rede subsidiada“, disse Ramalho.
O tema da isenção os custos da rede de caixas automáticas não é novo. Atualmente, a lei não permite que os bancos cobrem pela sua utilização.
Ainda esta terça-feira, durante a apresentação de resultados, o CEO do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, também abordou o assunto a propósito das comissões que os bancos começam a aplicar pelas transferências do MB Way. “Aqui em Portugal temos custos de contexto interessantes, não se paga taxas nas ATM (caixas multibanco automáticas) e isso tem custos para o banco, tal como o MB Way tem custos para o banco”, disse o responsável.
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