OPEP volta a falhar acordo e pressiona petróleo

Na véspera da decisiva reunião para decidir o primeiro corte na produção de petróleo em oito anos, a OPEP continua sem um entendimento. Mercado duvida que seja alcançado um acordo.

Continua o “jogo da corda” entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para chegar a um acordo para cortar a produção de ouro negro. Na antecâmara da decisiva reunião desta quarta-feira, várias missões diplomáticas tentaram abrir terreno para uma base de entendimento. Mas nada de concreto saiu do encontro de ontem, o que deixa o mercado bastante reticente quanto a um acordo definitivo.

Neste cenário, o barril de Brent, referência para as importações nacionais, cedia cerca de 0,9% para 47,81 dólares. Em Nova Iorque, o contrato WTI desvalorizava 0,87% para 46,67 dólares por barril.

E isto depois de o Iraque e o Irão terem levantado objeções no seio do principal cartel de petróleo do mundo quanto à forma como as reduções de produção serão distribuídas pelos diferentes membros. Serão os ministros de Energia e Petróleo dos vários países membros a decidir o que fazer em relação a uma proposta que pretende cortar em 1,2 milhões de barris por dia face aos níveis de produção observados em outubro.

“O que estamos a ver agora é um jogo da corda entre os membros da OPEP para ficar com a sua parte do bolo”, referiu Son Jae Hyun, analista da Mirae Asset Daewoo, à Bloomberg. “Se não for alcançado um acordo desta vez, nenhum deles sairá beneficiado”, acrescentou.

"O que estamos a ver agora é um jogo da corda entre os membros da OPEP para ficar com a sua parte do bolo. Se não for alcançado um acordo desta vez, nenhum deles sairá beneficiado.”

Son Jae Hyun

Mirae Asset Daewoo

A reunião desta segunda-feira durou aproximadamente dez horas, com os países a lutarem pelo último barril. O Irão propôs manter o nível de produção nos 3.975 milhões de barris diários, ou cerca de 200 mil barris acima da atual produção, segundo várias fontes que estiveram presentes na reunião. A Arábia Saudita fez uma contraproposta para deixar a produção nos 3.707 milhões de barris por dia, mais ao menos ao nível atual.

Entretanto, num esforço para incluir países fora do cartel, a OPEP não conseguiu ainda vencer a resistência da Rússia em fazer parte do acordo que tem em vista o primeiro corte na produção de petróleo em oito anos.

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