Bolsa de Lisboa teve o pior maio em sete anos. Seguir o adágio “sell in may and go away” compensou
O PSI-20 encerrou o mês de maio com uma queda acumulada acima de 6%. É preciso recuar até 2012 para ver um maio mais negativo na bolsa lusa. Seguir o adágio "sell in may and go away" compensou.
Um dos mais populares adágios dos mercados foi certeiro este ano. Os investidores que seguiram a máxima “sell in may and go away” ou, em português, “vender em maio e ir embora”, fizeram uma aposta certeira. A bolsa nacional acaba de fechar o pior maio em sete anos. O recuo de mais de 6% do PSI-20 representa o pior registo acumulado desde maio de 2012, num maio que foi particularmente negativo para as papeleiras, enquanto o BCP, a EDP Renováveis e a Ibersol foram os únicos títulos a fechar maio em alta. Na Europa, o cenário é semelhante ao da bolsa nacional, com a guerra comercial a continuar a ensombrar o sentimento dos investidores.
O PSI-20 encerrou a última sessão do mês a perder 0,4%, para os 5043.99 pontos, com a grande maioria dos títulos no vermelho. Esse registo eleva para 6,43%, as perdas acumuladas pelo índice bolsista nacional neste mês de maio. É necessário recuar até maio de 2012 para ver um registo mais negativo. Em maio daquele ano, o PSI-20 tombou 13,77%.
Já o índice europeu Stoxx 600 recuou 5,67% neste mês de maio, sendo que também seria necessário recuar até 2012 para ver um desempenho mais negativo.
Em sete anos, PSI-20 só somou ganhos em maio uma vez
Fonte: Reuters
Não sendo um registo tão negro aquele que afetou a praça bolsista no mês que hoje termina, no entanto teve danos consideráveis para alguns dos seus principais títulos.
O setor do papel acabou por ser, como um todo, o mais penalizado. A Navigator foi a cotada do índice de referência da bolsa nacional que mais desvalorizou neste mês. As suas ações tombaram 18,78%, para os 3,20 euros, mínimos de quase dois anos e meio.
O setor do papel tem sido um dos mais afetados pela guerra comercial que opõe sobretudo os EUA e a China, mas com Donald Trump agora a fazer pontaria para o México. O Presidente dos EUA anunciou a imposição de taxas alfandegárias ao México para travar imigrantes ilegais.
“O setor papeleiro tem estado em forte pressão vendedora, com a guerra comercial a colocar a procura em xeque”, já afirmava Carla Maia, trader da XTB na passada quarta-feira.
Também a Semapa, fechou maio entre as maiores perdas do PSI-20, com as suas ações a desvalorizarem 14,91%. Já as ações da Altri perderam 13,1% no mesmo período.
Entre os pesos pesados da praça lisboeta, destaque para o recuo da Galp que viu o valor dos seus títulos encolherem 9,95% neste mês de maio.
Maiores quedas do PSI-20 em maio
Fonte: Reuters
Referência positiva para os BCP que, entre os três títulos do PSI-20 a fecharem o mês de maio em alta, foram os que mais travaram o recuo da praça lisboeta. As suas ações somaram 0,76%, a beneficiar do disparo dos seus lucros no primeiro trimestre do ano.
(Notícia atualizada às 17h09 com mais informação)
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