Deputados rejeitam pedido de Vara. Ex-administrador terá que sair da cadeia para ir à comissão da Caixa
A comissão da Caixa indeferiu o pedido do antigo administrador do banco público para não comparecer na audição prevista para sexta-feira. Vara justificou pedido com "situação em que se encontra".
Armando Vara pediu para não comparecer na comissão de inquérito da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas os deputados rejeitaram o pedido esta terça-feira. Assim, o antigo administrador do banco público terá de se apresentar na audição que está prevista para sexta-feira.
Vara encontra-se detido em Évora e invocou “a situação em que se encontra” e falta de acesso a informação para justificar o seu pedido para não ir ao Parlamento. “Não pode o exponente deixar de invocar a situação em que se encontra, a qual é do conhecimento público, e de que resulta a sua impossibilidade de acesso a qualquer tipo de informação desde há cinco meses”, pode ler-se na carta dos advogados de Armando Vara enviada à comissão.
A situação de estar atualmente preso em Évora por tráfico de influência “inviabiliza, objetivamente, a necessária preparação sobre os assuntos que possam estar em causa na sua inquirição”, de acordo com os advogados de Vara, da sociedade Capitão, Rodrigues Bastos, Areia & Associados (CRBA).
“A audição é para se manter. É pertinente o argumento de escassez de informação, mas isso acompanha vários responsáveis que vieram aqui. A comissão pode disponibilizar informação de que Vara necessitar. Pode ser muito útil a audição de Vara e nós não prescindimos”, disse Duarte Pacheco, do PSD. Mais nenhum deputado interveio antes da votação, na qual todos os deputados votaram por unanimidade a manutenção da audição.
“Se houver matéria em segredo de justiça, pode remeter-se ao silêncio”, referiu Luís Leite Ramos, presidente da comissão de inquérito, lembrando que Diogo Gaspar Ferreira também já foi à comissão de inquérito, isto apesar de ser arguido num caso judicial.
Já depois da votação, Luís Leite Ramos disse que o advogado será notificado desta decisão dos deputados.
Armando Vara foi nomeado administrador da CGD em 2006, para a equipa presidida por Carlos Santos Ferreira, tendo depois ambos transitado para o BCP em 2008.
O também ex-ministro Adjunto e da Juventude e Desporto do segundo Governo de António Guterres é ainda um dos 28 arguidos da Operação Marquês. Dos arguidos deste processo, foram já ouvidos na comissão parlamentar de inquérito à CGD Joaquim Barroca e Diogo Gaspar Ferreira.
(Notícia atualizada às 9h37)
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