Investimento empresarial deve atingir nível pré-crise no final de 2019, diz Banco de Portugal
A recuperação do investimento está a ser determinada pelas empresas. Em 2021, o investimento feito pelas empresas deverá valer 14% do PIB, acima dos 12% registados em 2018.
As empresas deverão chegar ao final deste ano com um nível de investimento igual ao que tinham antes da crise financeira mundial, estima o Banco de Portugal no Boletim Económico de junho divulgado esta quarta-feira. Apesar disso, o investimento total continua abaixo e nem em 2021 terá recuperado do impacto da crise que nasceu em 2007, com o subprime nos EUA.
“No final do horizonte de projeção, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) total deverá encontrar-se ainda num nível inferior ao observado antes da crise financeira internacional, ao passo que a componente empresarial deverá atingir o nível pré-crise no final de 2019”, lê-se no documento.
Depois de ter subido 4,4% em 2018, a FBCF total deverá crescer 8,7% este ano, 5,8% em 2020 e 5,5% no último ano da projeção do Banco de Portugal.
A instituição liderada por Carlos Costa avança explicações para a recuperação do investimento por parte das empresas. São elas:
- Condições de financiamento globalmente benignas
- Execução de alguns projetos de infraestruturas de grande dimensão que, em alguns casos, estarão associadas a financiamento europeu
- Taxas de utilização da capacidade produtiva a aproximarem-se dos níveis pré-crise
- Necessidade de recuperação e renovação do stock de capital.
O Banco de Portugal acrescenta ainda que “perspetivas relativamente positivas para a evolução da procura” podem determinar o reforço do investimento empresarial, mas salienta que as tensões comerciais podem acabar por penalizar as decisões de investimento. O banco central lembra até que nos inquéritos que a Comissão Europeia faz sobre a evolução de atividade no futuro, as empresas têm-se revelado menos otimistas.
No que toca ao investimento público, o banco assume um crescimento nos próximos anos em linha com as previsões do Governo.
Estes dois efeitos conjugados, juntamente com o investimento em habitação — que vai continuar a recuperar –, vão colocar o investimento total em 20% do PIB, contra os 15% do PIB que alcançou em 2013, quando marcou um mínimo histórico. Tendo em conta que esta recuperação se fará à custa das empresas, a FBCF empresarial deverá chegar a valer 14% do PIB, face aos 12% verificados em 2018.
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