Nova casa da SIC não tem licença de utilização

Cinco meses depois de terem começado as emissões em Paço de Arcos, a Câmara Municipal de Oeiras ainda não deu o seu aval à utilização dos estúdios da estação de televisão da Impresa.

A SIC passou da Estrada da Outurela, em Carnaxide, para Paço de Arcos, permitindo à Impresa juntar todos os órgãos de comunicação social num único edifício. Depois das obras de ampliação das instalações, estação de televisão ganhou uma nova casa que, contudo, continua sem licença. Cinco meses depois de terem começado as emissões, a Câmara Municipal de Oeiras ainda não deu o seu aval à utilização do espaço.

“Estão em curso, junto do Município de Oeiras, dois processos relativos à autorização de utilização da ampliação dessas instalações, nas quais funcionam os seus estúdios“, diz a SIC no prospeto da operação de financiamento junto de pequenos investidores que arranca a 17 de junho (prolongando-se até 4 de julho) com a qual a estação procura obter 30 milhões de euros.

“Sem prejuízo de a Impresa ter submetido o pedido de autorização de utilização da referida ampliação e de não parecer ao Emitente provável que o referido pedido de autorização seja indeferido”, a SIC alerta que “não pode excluir a possibilidade de tal facto vir a ocorrer ou dar origem à impossibilidade de acesso aos estúdios”.

"Estão em curso, junto do Município de Oeiras, dois processos relativos à autorização de utilização da ampliação dessas instalações, nas quais funcionam os seus estúdios.”

Prospeto da emissão de obrigações da SIC

Um eventual indeferimento da licença de utilização teria um forte impacto na SIC, mas também na Impresa. A SIC coloca as instalações, vistas como “cruciais para assegurar, nomeadamente, a atividade de televisão”, como um risco para a empresa, mas também para os que decidirem investir nas obrigações que está a tentar colocar no mercado com a ajuda das estrelas da estação, incluindo Cristina Ferreira.

Sem acesso aos estúdios “onde esta desenvolve a sua atividade atualmente, a qual, nesse caso, cessaria ou seria interrompida, situação que teria um impacto adverso nos negócios do emitente e na sua atividade”, diz a SIC, depois de ter suportado diretamente um investimento de 759 mil euros em 2017, que ascendeu a 8,35 milhões de euros em 2018.

Já a Impresa, que detém a SIC, registou custos mais elevados. O investimento “totalizou cerca de 5,16 milhões em 2017, aumentando para cerca de 15,6 milhões em 2018 dedicados na sua grande maioria ao investimento no edifício”, refere o prospeto da emissão de obrigações da SIC.

Este investimento pesou nas contas da empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão. “A mudança das instalações da SIC e o investimento em tecnologia nos novos estúdios levaram a um resultado líquido negativo da Impresa” no primeiro trimestre deste ano, disse o CEO à data. A Impresa fechou os primeiros três meses do ano com prejuízos na ordem dos 1,2 milhões de euros.

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