Hacker desvia 530 mil euros da transferência de 40 milhões de Leandro Paredes para o PSG
Boca Juniors tinha direito a 3,5% da transferência de Leandro Paredes do Zenit para o PSG. Mas hacker intrometeu-se nos emails trocados entre clube argentino e francês e desviou 530 mil euros para si.
A transferência do argentino Leandro Paredes do Zenit para o Paris Saint Germain foi acordada quase no final do mercado de inverno, com o clube francês a aceitar pagar 40 milhões de euros ao clube russo para reforçar o seu plantel com o médio defensivo. Tendo sido formado no Boca Juniors, e ao abrigo das regras da FIFA, o clube argentino teria direito a 3,5% do valor da transferência — 1,3 milhões de euros. Contudo, foi nesta fase do negócio que um hacker se intrometeu e roubou mais de meio milhão de euros aos clubes.
“O PSG e o Boca Juniors concordaram em dividir o pagamento em três fases, tendo sido a primeira agendada para dia 6 de março. Porém, o Boca Juniors nunca recebeu o pagamento de quase 520 mil euros que o clube francês confirmou ter enviado“, revelou esta sexta-feira a Kaspersky, multinacional russa dedicada à cibersegurança.
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Depois de perceberem que o dinheiro não estava nem na conta do Boca Juniors nem na do clube francês, foi aberta uma investigação ao negócio, incluindo todas as trocas de correspondência e documentos enviados pelo PSG como prova de que tinha realizado o pagamento. Foi através destes documentos que a investigação percebeu então do ciberataque.
“Num dos documentos que confirmava a transferência, foram descobertos e-mails supostamente enviados pelo Boca Juniors, que apresentavam pequenas modificações quase impercetíveis a olho nu. Segundo um jornal argentino que teve acesso aos documentos do caso, apenas uma única letra diferenciava o endereço de e-mail fraudulento do legítimo. Desta forma, as instruções provenientes destes endereços fictícios continham dados falsos“, explica a Kaspersky em comunicado.
A investigação foi atrás do rastro do dinheiro até onde foi possível, com o clube argentino a perceber que as verbas foram inicialmente transferidas para Nova Iorque, para uma conta em nome de uma empresa mexicana, e posteriormente enviadas para uma conta bancária no México em nome de empresas “totalmente desconhecidas”.
“De momento, o autor do golpe ainda não é conhecido, o que faz com que as buscas continuem. De acordo com as últimas revelações, o hacker pode ter tido acesso ao e-mail de um colaborador destes clubes e, desta forma, ganhou acesso a todas as informações necessárias para utilizar os métodos de engenharia social de forma eficaz”, explica a empresa de cibersegurança.
No comunicado da Kaspersky, o diretor-geral para a Ibéria da empresa, Alfonso Ramirez, explica que os ataques desta natureza podem visar o “simples” roubo de dinheiro, mas permitem igualmente “o acesso à rede corporativa” do clube ou empresa visado, o que torna essencial que todas as sociedades reforcem as medidas de cibersegurança e tomem medidas para assegurar a formação correta e atualizada dos seus funcionários em questões de cibersegurança.
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