Mourinho Félix: “Mais que um setor crédito especializado exuberante, é preciso um setor responsável”
Com o vice-governador do Banco de Portugal na plateia, o Secretário de Estado Adjunto e das Finanças alertou para a necessidade de o supervisor ficar atento à evolução do crédito.
O Secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, alertou para a necessidade de responsabilidade por parte das empresas de concessão de crédito e ação preventiva pelo supervisor para evitar situações de incumprimento. O elevado endividamento das famílias é ainda uma vulnerabilidade para a economia.
“Créditos sustentáveis são o pilar de uma economia próspera. O endividamento excessivo pode gerar crises financeiras. Mais que um setor de concessão de crédito exuberante, é preciso ter um setor responsável e que continue a contribuir para o crescimento da economia“, afirmou Mourinho Félix, na apresentação do estudo Impacto do Crédito ao Consumo na Economia Portuguesa, desenvolvida por economistas da Nova SBE em parceria com a Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC).
Numa altura em que o malparado continua a ser um problema dos bancos, o Secretário de Estado deixou o aviso que o setor pode impulsionar a economia, mas também gerar crises.
Nos primeiros quatro meses do ano, foram concedidos 2.300 milhões em crédito ao consumo, menos 3% que no período homólogo. A desaceleração na concessão de empréstimos prolonga assim a tendência de abrandamento dos últimos meses do ano passado, após o Banco de Portugal ter implementado em julho uma medida macroprudencial com o objetivo de travar o crédito.
“Uma atuação [macroprudencial] acertada em momentos de expansão permite potenciar o crescimento da economia e pode remediar ou evitar a inversão abrupta do ciclo financeiro”, referiu o Secretário de Estado. “Uma intervenção preventiva e perspetiva, ao nível macroprudencial, deve evitar a adoção de medidas que são depois necessariamente mais duras“.
“É, por isso, necessário continuar a vigiar a evolução da concessão de crédito e a avaliar a aplicação das medidas”, acrescentou Mourinho Félix, no encerramento de uma sessão onde estava também o vice-governador do Banco de Portugal, Luís Máximo dos Santos.
O representante do supervisor da banca lembrou a importância das empresas de crédito especializado no sistema financeiro, dizendo que “tem largas implicações económicas e sociais” e que “é inútil diabolizá-lo”. No entanto, acrescentou que o abrandamento do crédito ao consumo “não é de todo uma má notícia porque as anteriores taxas eram manifestamente elevadas”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Mourinho Félix: “Mais que um setor crédito especializado exuberante, é preciso um setor responsável”
{{ noCommentsLabel }}