Deputado do PS acusado de despejo ilegal de inquilino em Braga

  • ECO
  • 5 Julho 2019

Arrendatários de café em edifício histórico em Braga acusam Hugo Pires, deputado do PS e sócio da imobiliária CRIAT, de os despejar de forma ilegal e querer converter prédio em alojamento local.

Hugo Pires, deputado do Partido Socialista (PS) e coordenador do Grupo de Trabalho – Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades, e sócio da CRIAT, empresa de investimentos imobiliários, foi acusado por um arrendatário de um edifício histórico do centro de Braga de o estar a despejar. Deputado diz que o contrato de arrendamento não é válido. Afasta estar a cometer qualquer ilegalidade.

Os arrendatários do café que fica na base do edifício e que ocupa o espaço da antiga livraria Mavy, assinaram em 2012 um contrato de arrendamento com os proprietários do edifício, com validade até 2034. Em 2015, contudo, o edifício foi penhorado e submetido a venda judicial e acabou por ser adquirido pela CRIAT Imobiliária, em 2017, conta o Jornal Económico.

Os arrendatários do espaço situado na base do edifício afirmaram ao Jornal Económico que desde a conclusão dessa aquisição, a empresa de que Hugo Pires é sócio os tenta despejar e que a CRIAT pretenderia abrir um negócio de Alojamento Local no edifício que é classificado como imóvel de interesse público e património da cidade de Braga.

Essas alegações são, contudo, contrariadas pelo deputado socialista. “Os anteriores proprietários do edifício fizeram uma hipoteca junto da Caixa Agrícola, quando não havia lá nenhum arrendatário. O contrato dos irmãos Morgado foi firmado já depois da hipoteca, por isso não tem validade. [Os proprietários] entraram em incumprimento e, depois, nós adquirimos o prédio por venda judicial, livre de ónus e encargos”, disse Hugo Pires.

Ao longo dos últimos 12 meses, Hugo Pires diz que a CRIAT tentou contactar, por via escrita, os arrendatários do café em causa, mas nunca recebeu qualquer resposta. Questionado sobre o teor das missivas – se renegociação de contrato ou ordem despejo -, não soube no entanto dizer.

O deputado do PS, que entretanto já vendeu 30% da sua posição na CRIAT, deixando de ser gerente, passando apenas a sócio, nega que o objetivo da empresa seja converter o imóvel em alojamento local. Garantiu ainda ao Expresso que o prédio será recuperado e alguns andares serão utilizados para “habitação permanente e outros para comércio”.

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