“Se Von der Leyen ganhasse por um voto, já seria uma vitória”, diz Rangel
PSD e PS elogiaram objetivos definidos pela candidata à presidência do Conselho Europeu. No entanto, ainda não há certezas de vitória na votação que irá acontecer às 17h de Lisboa.
O eurodeputado do PSD Paulo Rangel afirmou esta terça-feira que se Ursula Von der Leyen for eleita presidente da Comissão Europeia apenas por um voto poderá ‘cantar’ vitória, devido ao “processo controverso” da sua indicação pelo Conselho Europeu. Tanto do lado dos sociais-democratas como do PS, pelo eurodeputado Pedro Marques, houve elogios à alemã.
“Tendo em conta o panorama que temos, se ela ganhasse por um voto já seria uma vitória para ela. Como se criou aqui uma grande incerteza e o processo foi um processo controverso, ela ganhou uma vantagem da expectativa não ser uma expectativa alta. Ainda hoje, a poucas horas, não sabemos [se será eleita]”, referiu o também vice-presidente do Partido Popular Europeu, a família política da política alemã.
Paulo Rangel, que falava aos jornalistas em Estrasburgo após ter ouvido o discurso de Ursula Von der Leyen na sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), insistiu que se a candidata obtiver mais de 400 votos terá “uma grande vitória” e que a ainda ministra alemã da Defesa não precisa de “uma maioria forte”, notando, no entanto que, caso tal aconteça, isso dar-lhe-ia “uma grande alavanca”.
O nome de Ursula von der Leyen foi o ‘eleito’ pelo Conselho Europeu em 2 de julho, depois de uma longa maratona negocial que se prolongou durante três dias.
O processo foi duramente criticado por todas as famílias políticas no debate com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, realizado dois dias depois, sobretudo por os Estados-membros terem deixado cair o modelo dos “candidatos principais”, ou Spitzenkandidat, que fora introduzido em 2014 e que o Parlamento queria que continuasse a servir para a eleição do presidente da Comissão.
Na votação agendada para as 18h00 (menos uma hora em Lisboa), Von der Leyen necessita obter uma maioria absoluta – metade dos eurodeputados mais um — para suceder ao luxemburguês Jean-Claude Juncker na presidência do executivo comunitário.
Neste momento, o número de eurodeputados que compõem o hemiciclo é de 747 e não 751, pelo que a política alemã necessitaria de 374 votos favoráveis, expectavelmente vindos do seu PPE, dos socialistas e dos liberais, que juntos somam 444 assentos.
Para o eurodeputado do PSD, Von der Leyen mostrou “uma visão e uma ambição para a Europa, uma visão realista ao mesmo tempo, capaz de perceber as dificuldades, razoável também, no sentido que procurou fazer um compromisso entre as diferentes exigências dos grupos parlamentares”, num discurso “bastante distribuído” pelos três grupos políticos cujo apoio necessita para garantir a sua eleição, mas no qual também ‘couberam’ os Verdes.
Também o socialista Pedro Marques elogiou os objetivos definidos pela alemã no discurso inicial, dizendo que “olhou bem para o nosso programa e para as expectativas dos cidadãos”. O eurodeputado do PS acrescentou: “A Europa precisa de ação urgente, pelo que foi bom ver que não hesitou a assumir os compromissos que vão ao encontro do que os cidadãos querem: conquistas claras. Temos desafios enormes nas nossas mãos, nomeadamente a aprovação de um orçamento adequado para a Europa.
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