Melhoram o empenho, a motivação e a produtividade. E eles agradecem as recompensas. Podem ser umas férias noutro país, uma viagem de autocaravana por Portugal ou até uma licença sabática.
Desde o início de junho que, à porta da Crioestaminal, está uma autocaravana estacionada. O veículo foi comprado pela empresa de células estaminais e vai ser utilizado pelos colaboradores que queiram passar umas férias percorrendo o país de autocaravana, com a família ou os amigos.
A lista de regalias é longa. Há empresas que já oferecem cheques para a creche dos filhos dos colaboradores, outras que disponibilizam ginásio e massagens dentro do local de trabalho e, depois, há também as que vão mais longe: empresas que pagam as férias aos seus colaboradores. Seja através de licenças sabáticas, de prémios destinados a viagens ou – imagine só — pondo ao seu dispor uma autocaravana. Tudo isto para recompensar os colaboradores, deixá-los mais motivados, felizes e empenhados no trabalho. A produtividade sai, normalmente, reforçada.
A autocaravana da Crioestaminal fará a primeira viagem já no dia 1 de julho e vai ter um verão preenchido. “Ainda só cerca de um terço dos colaboradores fizeram a sua marcação. Estamos a fazer as marcações por antiguidade, ou seja, os colaboradores mais antigos são os primeiros a marcar as suas férias na autocaravana”, explica Alexandra Mendes, diretora de recursos humanos da Crioestaminal, acrescentando que a iniciativa tem recebido um feedback muito positivo.
Para já, as viagens na autocaravana têm o período máximo de uma semana mas o objetivo é que, ao longo do ano, os colaboradores da empresas possam ir fazendo férias ou apenas passar um fim de semana neste veículo. Tudo isto por “um preço simbólico” e com uma única condição: “tirar uma fotografia junto à autocaravana e com a bandeira da Crioestaminal”. As fotografias vão ser, depois, afixadas numa parede que vai, daqui para a frente, registar todos os locais onde a autocaravana já esteve estacionada. Uma espécie de “álbum” público colaborativo e disponível para todos.
“É um investimento no envolvimento dos colaboradores, que se traduz numa maior produtividade e disponibilidade sempre que é necessário”, afirma Alexandra Mendes. Além disso, “a comunicação dentro da empresa [entre os colegas] sai sempre reforçada com este tipo de iniciativas”, que ainda pretendem melhorar a abertura ao exterior dos colaboradores.
Fora da empresa, mas a receber o ordenado do costume
Também a Farfetch está empenhada em potenciar o bem-estar dos seus colaboradores. A empresa tecnológica focada na indústria da moda de luxo quer ver os trabalhadores cumprirem os seus propósitos de vida. Para isso, lançou recentemente o Boomerang, um programa que permite tirar uma licença sabática e continuar a receber o habitual vencimento.
“Podemos ir oito semanas pagas pela empresa”, explica Luís Teixeira, general manager da Farfetch em Portugal, acrescentando que a única condição é que o colaborador já trabalhe na empresa há mais de cinco anos. O objetivo é “garantir que as pessoas cumprem os seus propósitos de vida, sejam eles ir fazer voluntariado, estudar, viajar ou simplesmente fazer uma pausa neste ritmo frenético”, continua.
Já a Randstad Portugal, depois de verificar que fazer voluntariado internacional era um interesse de vários colaboradores, decidiu facilitar-lhes a vida. No ano passado, a empresa de recrutamento enviou a primeira colaboradora para a Tanzânia, onde esteve durante quatro meses a ajudar microempresas a iniciarem as suas atividades.
“O que fizemos foi facilitar-lhe a saída, mantendo a sua remuneração. Assim, pôde dedicar-se exclusivamente a uma causa que, certamente, será inesquecível”, conta José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal. “É incrível ver a alegria e a felicidade das pessoas que têm este tipo de experiências”, acrescenta.
No fundo, foi uma espécie de Gap Year, embora de menor duração e proporcionado pela própria empresa, que a colaboradora não teve de abandonar. O “teste” correu tão bem que o CEO da Randstad diz que, agora, até já há fila de colaboradores interessados.
Conhecer o mundo “à conta” da empresa
Desde 2017 que a Crioestaminal atribui um prémio aos funcionários para fazerem uma viagem. O montante, que é determinado pelo desempenho e competências dos trabalhadores, bem como pelos resultados da empresa, pode alcançar o valor máximo de um ordenado. A única exigência é que os colaboradores utilizem o prémio para viajar fora de Portugal Continental. “Queremos que eles saiam da sua zona de conforto”, diz Alexandra Mendes.
Mais do que o salário
Para José Miguel Leonardo, estes programas, além de motivarem os colaboradores, ajudam a atrair talento. “O salário é um fator higiénico, é algo que não pode representar um problema, mas aquilo que faz a diferença são outros fatores”, começando, desde logo, por este tipo de iniciativas, que torna possível conciliar a vida profissional e aquilo que são as aspirações e desejos pessoais.
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Eles vão de férias, a empresa paga
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