Huawei terá fornecido tecnologia à Coreia do Norte
Washington Post garante ter documentos que provam que a Huawei levou a cabo projetos de telecomunicações na Coreia do Norte. Empresa terá tentado dissimular estes negócios.
A Huawei terá participado na construção e manutenção de redes de telecomunicações na Coreia do Norte, revelou o Washington Post. O jornal norte-americano obteve documentos confidenciais através de um ex-trabalhador que, alegadamente, provam que a Huawei tinha uma parceria com uma empresa pública chinesa de telecomunicações, tendo colaborado em projetos norte-coreanos durante, pelo menos, oito anos.
O artigo detalha como a Huawei terá fornecido equipamento tecnológico à Coreia do Norte, tais como estações base e antenas de telecomunicações, através da Panda International, uma empresa pública chinesa. O objetivo terá sido o de apoiar o lançamento da Koryolink, uma joint venture da empresa pública norte-coreana Korea Post and Telecommunications e da Orascom Telecom Holding, uma empresa egípcia que tentou comprar a operadora brasileira Oi em 2017. A Huawei terá sido a principal fornecedora de tecnologia.
Já depois da publicação desta notícia, a Huawei garantiu ao ECO, em comunicado, que “não tem presença na República Popular Democrática da Coreia do Norte”. Fonte oficial da empresa garantiu ainda que “a Huawei está totalmente comprometida com o cumprimento de todas as leis e regulamentos em vigor nos países e regiões onde opera, incluindo todas as leis de controlo das exportações e sanções, e regulamentos das Nações Unidas, dos EUA e da União Europeia”.
No entanto, a investigação do Washington Post refere que a Huawei terá tentado dissimular os negócios na Coreia do Norte através de um nome de código, usado para esconder a identidade do país na base de dados de projetos da empresa. Países como Alemanha, EUA ou México eram claramente identificados na base de dados, mas a Coreia do Norte era apenas identificada pelo código “A9”.
Esta é a primeira vez que a Huawei é associada a um país como a Coreia do Norte, uma nação isolada e que é vista como hostil pela comunidade internacional. De acordo com o Washington Post, a informação exposta poderá ter efeitos nas já atribuladas relações entre a Administração Trump nos EUA e os regimes de Xi Jinping, na China, e Kim Jong Un, na Coreia do Norte.
Os EUA tem acusado a Huawei de ser um veículo de espionagem do regime chinês e colocaram a tecnológica na lista negra das exportações, dificultando a vida às empresas norte-americanas que queiram fornecer tecnologia ao conglomerado. Mas a Huawei, que também está presente em Portugal, nega todas as acusações, garantindo estar a ser vítima da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
(Notícia atualizada a 23 de julho, às 7h20, com reação oficial da Huawei)
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