Laranjas, laranjas e mais laranjas. Há 33 anos que laranjais em Portugal não produziam tanto
Os pomares de citrinos produziram 403 mil toneladas, em 2018, acima das 374 toneladas registadas em 2017. A entrada em produção de novos pomares ajudou a produção de laranja a atingir máximos de 1986.
A produção de laranja destacou-se pela positiva em 2018, apesar de ter sido um ano marcado por um cenário climatérico desfavorável. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção daquele citrino atingiu o valor mais elevado dos últimos 33 anos.
“Os pomares de citrinos tiveram em 2018 uma produção de 403 mil toneladas (374 mil toneladas em 2017), o que representou 6,9% do volume total de produção (5,8% em 2017). A entrada em produção de novos pomares contribuiu para este incremento, com a produção de laranja a atingir o nível mais elevado desde 1986”, refere o gabinete público de estatísticas nesta quarta-feira.
O grosso de produção de citrinos foi de laranjas. Foram produzidas 344 toneladas de laranja no ano passado, valor que compara com as perto de 320 toneladas registadas em 2017. Ou seja, um aumento de 7,5%.
No caso das laranjas temporãs, sobretudo na Newhall, a subida da produtividade foi acompanhada pela diminuição do calibre dos frutos, embora de excelente qualidade (teor de açúcar semelhante ao do ano anterior). Já nas variedades de laranjas tardias (Valência Late, D. João e Rhodes) registaram-se aumentos de produção superiores a 5%. “Este aumento deveu-se, maioritariamente, à entrada de muitos pomares jovens na fase mais produtiva do seu ciclo, no qual se verificam incrementos relevantes na sua produtividade”, especifica o gabinete público de estatísticos.
Evolução da produção de laranja
Pela positiva, destaque ainda para a produção de azeite que voltou a atingir um valor superior a 1 milhão de hectolitros em 2018. Contudo, um pouco aquém da produção que se tinha verificado no ao anterior. Os 1,1 milhões de hectolitros produzidos em 2018 comparam com os 1,5 milhões que se tinham verificado em 2017.
“Não obstante o decréscimo verificado face à campanha precedente, a ocorrência de duas campanhas consecutivas com produções acima de 1 milhão de hectolitros é uma situação pouco comum”, explica a esse propósito o INE, acrescentando que “analisando os cem anos de dados estatísticos, esta ocorrência apenas se tinha verificado nos anos de 1956 e 1957“.
A laranja e o azeite acabam por ser a exceção positiva numa campanha agrícola de 2017/2018 “marcada pelo decréscimo das principais superfícies agrícolas cultivadas com culturas temporárias e por quebras generalizadas das produções” em resultado de condições climatéricas desfavoráveis, diz o INE. Ainda assim o balanço anual “saldou-se por um crescimento nominal da produção do ramo agrícola, consequência de um aumento de 2,1% dos preços base“, acrescenta aquela entidade.
A área de cereais de inverno não ultrapassou os 117 mil hectares, a mais baixa desde que há registos sistemáticos, enquanto a de milho para grão (83,4 mil hectares) decresceu pelo 4º ano consecutivo. Registaram-se ainda decréscimos nas áreas de batata (-12,4%), hortícolas (-2,8%) e culturas industriais, nomeadamente no tomate para a indústria, devido a problemas fitossanitários ocorridos na campanha anterior, e no girassol, resultado da descida do preço pago pela indústria.
A campanha 2017/2018 acabou por saldar-se numa produção de 5,8 milhões de toneladas de culturas agrícolas e produção de carne e ovos, abaixo dos 6,4 milhões de toneladas em 2017.
No que respeita ao vinho, a produção caiu face à campanha anterior: passou dos 6,6 milhões de hectolitros, em 2017, para 5,9 milhões de hectolitros em 2018.
(Notícia atualizada às 11h50)
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