Oficinas de Guifões começam a recuperar comboios no fim do ano
É esperado que as oficinas de Guifões retomem a recuperação de comboios “no fim do ano”. O novo presidente da CP espera no próximo verão, ter já alguns ao serviço da linha do Douro.
O novo presidente da CP revelou esta quarta-feira que espera ter a oficina de Guifões, Matosinhos, a retomar a recuperação de comboios “no fim do ano” e, no próximo verão, ter já alguns ao serviço da linha do Douro.
“Gostaria muito de, no próximo verão, ver alguma coisa diferente na linha do Douro”, afirmou Nuno Freitas, nomeado presidente da CP – Comboios de Portugal há uma semana, numa visita à oficina da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário de Matosinhos, distrito do Porto, que vai voltar a receber comboios para reparação e deve estar a laborar “praticamente a 100% no fim do ano”.
De acordo com o responsável, a recuperação de composições da CP num prazo de 18 meses vai servir para “reforçar a linha de Sintra”, as linhas que estão a ser eletrificadas, “nomeadamente Viana do Castelo” e a linha do Douro, o que “permitirá libertar material circulante para as linhas do Oeste, para Beja e eventualmente para o Algarve”.
A reativação da oficina faz parte do plano do Governo para recuperar comboios que tinham sido abandonados até que chegue, em 2023, a encomenda de 22 novos comboios.
O presidente da empresa disse estar em causa uma “primeira fase” de aposta na ferrovia, “importante para normalizar a CP”. A intenção é “aumentar a disponibilidade de material circulante da CP” para que a empresa seja “mais fiável e regular na prestação de serviços de comboios e na mobilidade ferroviária do país”, explicou Nuno Freitas.
Para o presidente da CP, a oficina de Guifões “nunca fechou verdadeiramente”, antes foi “retirada e compactada noutras instalações”. Esclareceu que “o nosso primeiro passo é voltar a descompactar essas oficinas e fazer isso com o mínimo de impacto na atividade de manutenção, para rapidamente pôr estas instalações a laborar e a contribuir para aumentar a quantidade de material circulante na CP”.
A recuperação de composições não será feita de forma exclusiva em Matosinhos, porque a “EMEF não se cinge” à oficina de Guifões e a reparação terá de ser feita “em articulação com outras oficinas”, designadamente a do Entroncamento.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, que também visitou a oficina de Guifões, anunciou a 27 de junho um plano de investimento de 45 milhões de euros para recuperar cerca de 70 unidades de “material circulante encostado” e contratar 187 trabalhadores para CP e EMEF, entre 2019 e 2022.
O responsável pela tutela revelou ainda que o executivo pretende “iniciar o processo de fusão” entre a empresa pública de transporte por caminhos-de-ferro e a empresa de manutenção do material circulante até 31 de dezembro, para “otimização dos recursos e melhor articulação”.
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