Portugueses liquidaram 4,2 mil milhões em crédito à habitação antes do prazo
As famílias reembolsaram antecipadamente 4,6 mil milhões de euros em créditos para a casa. A maioria do valor pago serviu para terminar o contrato de financiamento junto da banca.
Pagar, pagar e liquidar dívidas. As famílias portuguesas realizaram 100.144 reembolsos antecipados totais ou parciais em contratos de crédito à habitação. Entregaram, antecipadamente, 4,6 mil milhões de euros, sendo que 4,2 mil milhões de euros foram reembolsos totais, ou seja, que permitiram acabar com a dívida junto das instituições financeiras, revela o relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho.
Foram realizados “73.654 reembolsos antecipados totais em contratos de crédito à habitação (mais 1,6% do que em 2017), aos quais correspondeu um montante reembolsado de 4,2 mil milhões de euros (mais 8,3% do que em 2017)”, diz o Banco de Portugal, notando que esta evolução resultou “num aumento do montante médio reembolsado, de 53.573 euros, em 2017, para 57.077 euros, em 2018”.
O supervisor nota que “cerca de 30% dos reembolsos antecipados totais tiveram valores inferiores ou iguais a 25 mil euros e em 53,4% dos casos não ultrapassaram os 50 mil euros. Os reembolsos totais envolvendo montantes superiores a 100 mil euros representaram 15,7% dos casos”, acrescenta o relatório, isto num contexto de aumento das compras e vendas de imóveis que tem levado à subida dos preços.
“Os contratos de crédito à habitação objeto de reembolso antecipado total tinham um prazo inicial médio de 32,1 anos e, no momento do reembolso antecipado, o prazo remanescente médio era de 20 anos. Em um quarto dos casos, o prazo remanescente não ultrapassava os 9,8 anos e, em metade dos casos, não ultrapassava os 19,8 anos. Em 75% dos reembolsos, o prazo remanescente era inferior a 30,6 anos”, nota.
Mais amortizações, mesmo com juros em mínimos
Além das amortizações totais, que liquidaram os créditos, houve também “26.490 reembolsos antecipados parciais em contratos de crédito à habitação, o que representa um ligeiro aumento face a 2017 (mais 0,9%)“, diz o Banco de Portugal, notando que o “montante de crédito reembolsado cresceu de forma mais expressiva, para 444 milhões de euros (mais 17,2% do que em 2017)”.
Houve um aumento das amortizações parciais de créditos contraídos para a compra de casa num contexto de juros em mínimos históricos, daí que em quase metade dos reembolsos o “montante entregue não superou os 5.000 euros”. “Por outro lado, em 25% dos casos o montante reembolsado foi superior a 17.500 euros”, salienta.
“Em 2018, no crédito à habitação, a frequência no número de reembolsos antecipados parciais foi similar à dos anos anteriores. A generalidade dos contratos de crédito (84,7%) foi objeto de reembolso antecipado apenas uma vez, correspondendo cada reembolso a um montante médio reembolsado de 22 005 euros (acima dos 18.273 euros verificados em 2017). Apenas uma pequena proporção de contratos foi objeto de reembolso antecipado duas vezes (9,9%), três vezes (2,7%), quatro vezes (1,1%) ou cinco ou mais vezes (1,6%)”, conclui.
(Notícia atualizada às 13h51 com mais informação)
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