Quais as funções mais procuradas pelos empregadores em Portugal?

Há três áreas debaixo do foco dos empregadores. Numa delas, a elevada procura contrasta com a baixa oferta, enquanto noutra, a procura não é novidade. Mas há também uma área que está a ganhar peso.

Procurar emprego é, normalmente, uma tarefa exigente. Requer uma procura exaustiva pelos vários sites de ofertas de emprego, o envio do currículo e, em alguns casos, a escrita de uma carta de motivação. Depois — e, se assim for, são boas notícias para o candidato — segue-se a fase de entrevista, por vezes mais do que uma. Mas, a verdade é que nem todos os profissionais passam por cada uma destas etapas nos processos de recrutamento. A alguns, o emprego quase que lhes cai ao pés. Afinal, quais as funções mais procuradas pelos empregadores portugueses?

O ECO foi tentar obter uma resposta e, junto das empresas de recrutamento, percebeu que não é fácil identificar uma única função como a mais procurada de Portugal. Há sim, por outro lado, áreas de negócio apontadas como as mais procuradas. De acordo com a Robert Walters, falamos das áreas da tecnologia, engenharia e vendas.

É o emprego que vai ao encontro dos profissionais de tecnologia

“A área de IT [information technology] é, certamente, uma das mais procuradas de Portugal. São diversas as posições que podem ser mencionadas como as mais procuradas do mercado”, começa por explicar Paulo Ayres, manager de IT software development na Robert Walters. É para as áreas de dados, onde se destacam os data scientists, artificial intelligence engineers e business intelligence analysts, e de programação, com especial foco nos full stack developers, mobile developers e devOps, que se dirige a atenção dos empregadores.

Mas, o grande desafio neste setor tão “peculiar” passa por encontrar quem corresponda aos requisitos dos empregadores. Aliás, muitas vezes, passa logo por encontrar, simplesmente, alguém que esteja interessado na oferta de emprego em questão. É que, além de serem posições muito procuradas, os recrutadores deparam-se, por outro lado, com uma enorme escassez de profissionais, o que, muitas vezes, faz disparar os salários destes profissionais e, também, abre portas à importação de talento.

A elevada procura na área da tecnologia faz com que os profissionais, muitas vezes, se queixem do alto número de mensagens recebidas por parte dos empregadores. Há quem receba mais de dez propostas por semana.

“Se numa área financeira ou de marketing, as candidaturas abundam, em IT, o consultor tem a maioria das vezes de abordar diretamente os candidatos, muitas vezes sem resposta”, diz Tatiana Silva, consultora sénior na Michael Page Information Technology.

Engenheiros tiram partido do mercado global

Na área da engenharia, o mercado também continua “muito ativo”, sobretudo nos setores automotivo, alimentos e grande consumo e energia. “As áreas de qualidade, O&M [organização e métodos], organização industrial e produção são as que mais se têm reforçado, pois apresentam uma implicação direta na produtividade e competitividade num mercado cada vez mais global”, afirma François-Pierre Puech, senior manager na Robert Walters Portugal.

Entre as funções que registam maior interesse por parte dos recrutadores, François-Pierre Puech destaca o chief operations officer, automotive maintenance technicians, logistics specialists, quality assurance manager, manufacturing manager e shift coordinators.

Transversalidade nas vendas. Mudança de paradigma no marketing

A par da tecnologia e da engenharia, há outra área que tem registado cada vez mais procura por parte dos empregadores: sales & marketing. De acordo com José Rosenbusch, manager sales & marketing na Robert Walters, no que diz respeito às vendas, há três posições que têm sido mais frequentemente procuradas. São elas o diretor de vendas, export manager e key account manager.

“Estas posições são transversais a todos os setores de atividade. No entanto, temos verificado um incremento no setor de FMCG [Fast-Moving Consumer Goods], tecnologia e serviços”, afirma.

É seguro afirmar que, nos dias de hoje, a tendência está centralizada no marketing digital e no e-commerce.

António Costa

Senior manager sales & marketing na Robert Walters

Já no que toca às posições de marketing, António Costa, senior manager sales & marketing, IT & technical sales na Robert Walters, diz que “o paradigma muda um pouco”. “Têm surgido novas funções com uma preponderância e impacto no desenvolvimento de negócio. Em termos de posições, é seguro afirmar que, nos dias de hoje, a tendência está centralizada no marketing digital e no e-commerce”, refere.

Entre as posições mais procuradas, a empresa de recrutamento destaca o digital marketing manager, brand digital marketing e e-commerce specialist, “tendo, também, em consideração a sua importância e relevância para diferentes setores de atividade”.

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