Cláudia Leitão, da Pipedrive: “Atrair talento passa sobretudo pela cultura”
Cláudia Moreira Leitão entrou na Pipedrive depois de um primeiro contacto pelo LinkedIn e de um processo de recrutamento com nove fases de entrevista. Agora gere uma equipa de 555 pessoas.
Foi a primeira a abrir a porta da Pipedrive, em Portugal, quando a empresa especialista em CRM decidiu instalar-se no país. Depois de um processo de recrutamento com nove fases de entrevista, com um primeiro contacto via LinkedIn, Cláudia Moreira Leitão foi-se “apaixonando pela empresa, cultura e missão” de uma organização que desconhecia em absoluto.
“A decisão de abrir um escritório em Portugal surge quando a Pipedrive conhece o potencial do país através do Web Summit. Depois de analisar várias opções países, Portugal destacou-se por ter profissionais qualificados em tecnologias de informação, em línguas além da materna, um fuso horário e localização que está a meio caminho entre Estónia [país de origem da Pipedrive] e Nova Iorque e, pelo clima maravilhoso”.
O interesse da startup no país e o facto de Cláudia estar, na época, a terminar um desafio profissional na HouseTrip, foram as coincidências necessárias para que seja hoje global head of people & culture. A isso juntou-se o seu background profissional.
“Naturalmente que a HouseTrip (TripAdvisor Rentals) teve um papel mais marcante na minha aprendizagem. Mostrou-me como funciona a dinâmica das startups, como as mudanças acontecem com uma rapidez incrível e como o envolvimento das pessoas é fundamental para o sucesso. Mas, ter experiência com ambientes mais corporate foi igualmente importante para poder encontrar um equilíbrio entre os dois mundos”.
Hoje, gere diretamente sete pessoas mas a equipa de people & culture integra 28 num universo de 555 colaboradores em cinco países. E sabe que “encontrar bons profissionais é sempre um desafio”.
“Atrair talento tem uma dinâmica diferente. As novas gerações estão muito mais exigentes e orientadas para ambientes flexíveis e orgânicos onde as decisões são partilhadas e as hierarquias são praticamente inexistentes. Ao mesmo tempo, temos as gerações anteriores que estão ainda habituadas a estruturas mais hierárquicas. Uma vez mais, atrair talento passa sobretudo pela cultura e pela forma como a empresa se posiciona”.
O employerbranding e a utilização das redes sociais para partilhar o espaço de trabalho como um ambiente vivo, dinâmico, constituído por pessoas reais que (literalmente) vestem a camisola e a vestem com orgulho, é cada vez mais importante. “Mostra uma identificação única com o propósito e com o que a empresa representa”, sublinha.
A meta dos cem colaboradores em Portugal foi um marco importante para a empresa, que regista nesta equipa “uma rotatividade muitíssimo baixa”. “Além de toda a estrutura de benefícios (financeiros e não financeiros), temos uma preocupação genuína com as nossas pessoas e com o seu crescimento. Temos equipas descentralizadas e uma cultura que assenta no conceito de self-managed team, com equipas perfeitamente autónomas, sem uma estrutura orgânica pesada ou rígida”. E Cláudia, que sabe que “uma empresa retém pessoas mais rapidamente pela sua cultura e filosofia de gestão do que por questões financeiras”, reconhece que não há fórmulas perfeitas. “O mais importante para o sucesso da equipa é saber ouvir e ter a flexibilidade para encontrar o common ground do qual todos podem beneficiar”.
Perfil
“Soube desde muito cedo que queria estar ligada à gestão.” Cláudia Moreira Leitão, 38 anos, era ainda adolescente quando o irmão mais velho lhe falava da importância da direção de recursos humanos na empresa onde trabalhava. Apaixonou-se pela ideia e definiu uma missão futura: “Encontrar o equilíbrio entre as necessidades da organização e das pessoas, o melhor dos dois mundos”.
Depois de terminar a faculdade e de ter acumulado alguns anos de experiência em recrutamento, procurou desenvolver a vertente estratégica. “Acabei por optar por uma pós-graduação em Gestão Estratégica de Recursos Humanos que me permitiu fazer o kick-off para outras responsabilidades e chegar aos dias de hoje”, explica. Em apenas dois anos de Pipedrive foi promovida a Global Head of People & Culture, com responsabilidades alargadas aos cinco países onde a startup se instalou – Estónia, Estados Unidos, Reino Unido, República Checa e, claro, Portugal.
BI
Cláudia Moreira Leitão
38 anos
Na Pipedrive desde 2017
555 pessoas sob gestão
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