Universidades já começaram a usar canábis para “fins educacionais”

O mercado legal da canábis procura profissionais qualificados. Para dar resposta a esta lacuna, algumas universidades norte-americanas já oferecem Licenciaturas, Mestrados e MBA só sobre canábis.

Um dos maiores desafios das empresas que utilizam canábis, e estão hoje num setor multimilionário em ascensão, é a falta de candidatos qualificados para os cargos. “Estamos perante uma das maiores indústrias a desenvolver-se sem profissionais qualificados”, sublinha Jamie Warm, CEO da Henry’s Original, uma empresa de produção e distribuição de canábis na Califórnia. Para dar resposta a esta lacuna num setor em desenvolvimento, algumas universidades nos EUA já oferecem cursos superiores só sobre canábis.

Segundo a Quartz, no próximo ano letivo, a Universidade de Cornell, em Ithaca, Nova Iorque, vai abrir o curso “Canábis: Biologia, Sociedade e Indústria”. No programa curricular será possível “explorar a história, cultura, farmacologia, horticultura e os desafios legais relacionados com a canábis”. Em 2020, a mesma universidade vai abrir um Mestrado na área dos negócios relacionados com esta planta.

“Se vamos entrar na indústria, é necessário conhecer todos os seus aspetos. Por outras palavras, é preciso entender a planta em si”, sublinha Carlyn S. Buckler, professora da Universidade de Cornell.

Já existem certificações online, mas o setor que envolve a canábis precisa de oferta qualificada, principalmente nas áreas de química, horticultura, farmácia, e ainda na vertente de empreendedorismo, regulação, comunicação e leis. Além de competências qualificadas, refere o CEO, os candidatos ideais para este tipo de cargos devem ter experiência em ambientes de startup e não ter medo de explorar estes temas desde a sua raiz.

Em junho, a Universidade de Farmácia de Maryland lançou um Mestrado em “Ciência e Terapia em Canábis”. O curso tem a duração de dois anos e vai ser lançado no final de agosto. Ainda este mês, a Universidade de Ciências de Filadélfia vai abrir vagas para um MBA em estudos da indústria da canábis. Na Universidade da Califórnia, por exemplo, os estudantes de medicina já podem aprender um pouco mais sobre a fisiologia da canábis e os efeitos que tem no corpo humano, para que seja possível entender com profundidade quais os efeitos no uso medicinal.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/consumo-de-canabis/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”629″ slug=”consumo-de-canabis” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/consumo-de-canabis/thumbnail?version=1547077751749&locale=pt-PT&publisher=eco.pt” mce-placeholder=”1″]

No Canadá, o segundo país a legalizar a canábis, a Universidade de McGill, em Montreal, já tem planos para abrir um curso sobre a produção de canábis em 2020.

Em Portugal, a indústria do canábis também está a ganhar terreno. Uma das mais promissoras empresas de cultivo de canábis, Tilray, instalou um centro de cultivo em Cantanhede, distrito de Coimbra. No ano passado, a farmacêutica internacional Cann10 investiu 10 milhões de euros numa fábrica de produtos medicinais à base de canábis em Vila de Rei e criou 100 postos de trabalho. No início do ano, a empresa canadiana Aurora adquiriu a maioria do capital da farmacêutica portuguesa Gaia Pharma, com o objetivo de instalar em Vila Nova de Gaia um centro de produção de canábis medicinal.

O mercado legal da canábis foi avaliado em 12,4 mil milhões de euros em 2018 e estima-se que alcance os quase 60 mil milhões em 2023. Os dados de portais de emprego com o Indeed, revelam que as ofertas para cargos relacionados com canábis mais do que quadruplicaram desde 2016, sendo que este ano há cerca de 300 postos de trabalho para 1 milhão de pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Universidades já começaram a usar canábis para “fins educacionais”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião