Nunca os portugueses aplicaram tão pouco dinheiro em depósitos a prazo como em junho
Foram aplicados 4.164 milhões de euros em novos depósitos a prazo, em junho. Trata-se da quantia mais baixa de um histórico de 16 anos e meio e que se enquadra num contexto de remunerações mínimas.
O nível historicamente baixo das remunerações dos depósitos não perdoa. Em junho, os portugueses aplicaram a prazo pouco mais de quatro mil milhões de euros. Ou seja, o valor mais baixo de sempre, tendo em conta um histórico de 16 anos e meio.
Dados divulgados pelo Banco de Portugal, nesta terça-feira, mostram que em junho foram aplicados 4.164 milhões de euros em novos depósitos a prazo. Face ao valor aplicado em maio, trata-se de uma redução de 848 milhões de euros, sendo ainda a quantia depositada mais baixa desde pelo menos janeiro de 2003, período em que se inicia o histórico da entidade liderada por Carlos Costa.
Essa redução acontece apesar de junho ser habitualmente um mês marcado pelo recebimento dos subsídios de férias por muitas famílias, e em que ainda decorriam os reembolsos do IRS.
Contudo, o mês de junho fica ainda marcado pela descida da remuneração dos depósitos a prazo para mínimos históricos. As novas aplicações a prazo, foram remuneradas a uma taxa média de 0,12%. Num histórico de 19 anos e meio nunca se tinha assistido a um valor tão baixo, o que se enquadra num contexto em que as taxas de juro de referência da Zona Euro estão em mínimos históricos.
Aplicações em depósitos em mínimos
Fonte: Banco de Portugal
Tendo em conta essa circunstância, os portugueses preferem outro tipo de aplicações para as suas poupanças, ou simplesmente deixar o dinheiro “parado” na conta à ordem. Em junho, os portugueses tinham depositados à ordem 59.328 milhões de euros. Ou seja, o valor mais elevado num histórico de 16 anos e meio.
Nesse cenário, os portugueses estão a privilegiar ainda outras aplicações também de baixo risco, mas que oferecem remunerações mais atrativas. É o caso dos produtos de poupança do Estado. Os últimos dados disponíveis indicam que o investimento em certificados aumentou em 506 milhões de euros no primeiro semestre do ano: 424 milhões em Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) e 82 milhões em certificados de Aforro.
Qualquer destes produtos oferece taxas de juro mais atrativas quando comparadas com os depósitos a prazo. As novas aplicações em certificados de Aforro realizadas em agosto são remuneradas a uma taxa de juro de 0,629%. Já os CTPC pagam 0,75% no primeiro e no segundo ano de aplicação, que são crescentes nos anos seguintes, para assumirem um valor médio de 1,39% no final dos sete anos de duração.
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