Sindicato dos Bancários do Norte exige “fim imediato do bloqueio” das negociações com BCP
O sindicato adianta em comunicado que o banco oferece um aumento salarial de 0,6% enquanto o sindicato reclama atualizações salariais de 2,38%.
O Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) enviou uma carta à administração do BCP a exigir o “fim imediato do bloqueio” das negociações com o banco para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), segundo um comunicado.
O sindicato indicou ainda que “para o início de setembro está prevista a primeira reunião entre as partes mediada pelo Governo, depois de falhada a conciliação”.
“O SBN acredita que esta será a oportunidade de ultrapassar o impasse em que se encontram as negociações para a revisão do Acordo Coletivo de Trabalho”, lê-se na mesma nota.
A estrutura sindical recordou que confrontada “com a recusa da negociação coletiva por parte do BCP relativa à revisão das condições salariais e cláusulas de expressão pecuniária para 2018, requereu a conciliação na DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho] Norte, a que aderiram também o SNQTB [Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários] e o SIB [Sindicato Independente da Banca]”.
No entanto, de acordo com o mesmo comunicado, a “teimosia” do BCP nestas reuniões levou a que estes sindicatos avancem “para a mediação, tendo o membro do Governo competente designado a mediadora, que deverá, em breve, apresentar uma proposta de entendimento às partes”.
O sindicato alerta ainda que “as negociações entre o BCP e os mesmos sindicatos para revisão da tabela salarial e cláusulas pecuniárias de 2019 encontram-se também absurdamente num impasse”.
O SNB enviou ao BCP uma “intimação” para desbloquear o processo negocial em que “aplaude a afirmação de que os sindicatos “poderão contar com a cooperação do MillenniumBcp para (…) gizar uma solução que possa ir ao encontro do interesse dos trabalhadores”, mas realça que “esta afirmação é manifestamente contraditória com a contraproposta do BCP”.
O banco, de acordo com a estrutura sindical, propôs um “aumento salarial e das restantes cláusulas de expressão pecuniária do ACT para o limite máximo de 0,6% em 2019, com exceção do subsídio de almoço (…) para 9,70 euros”, proposta que os bancários consideram “claramente insuficiente e inaceitável”.
A instituição contesta ainda “a argumentação repetida e fastidiosa do BCP e não lhe reconhece o condão de justificar a recusa dos aumentos dos salários, das pensões e das contribuições para os SAMS [serviços de assistência médico-social] reclamadas pelos sindicatos, que se tornaram imperativos e inadiáveis”.
O sindicato realça também que “se predispõe a dar um passo mais na aproximação do que separa neste momento cada uma das partes”, lembrando que “por um lado os sindicatos reclamam um aumento salarial de 2,38% sobre o que pretendem que lhes seja reconhecido para 2018 e, por outro lado, o BCP contrapõe apenas um aumento de 0,6% em 2019, com exceção do subsídio de almoço que passaria para 9,70 euros por dia”, segundo o comunicado.
No passado dia 29 de julho, o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, disse que não estava preocupado com a possível greve, anunciada pelos sindicatos da banca, e que não “fomenta divergências”, mas sim “convergências” com os representantes dos trabalhadores.
O líder do banco disse que o banco não está disponível, “em nenhuma circunstância”, para “a troco do presente comprometer o futuro”.
Alguns dias antes, o SNQTB, o SBN e o SIB aprovaram uma paralisação e o recurso ao fundo de greve, que só avançará caso os bancos “se mantenham intransigentes”.
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