António Costa: “Grande parte dos sócios da TAP está satisfeita com a presença do Estado”
O primeiro-ministro defende que a participação do Estado na TAP não impediu a boa gestão e defende a empresa de "qualquer vicissitude que os investidores privados possam ter no futuro".
O primeiro-ministro disse esta quarta-feira que grande parte dos sócios privados da TAP estão satisfeitos com a entrada do Estado na companhia e disse que essa participação, cujo aumento foi negociado já depois da privatização, quando António Costa assumiu a liderança do Governo, “protege a TAP de qualquer vicissitude que os investidores privados possam ter no futuro”.
Numa conversa com empresários na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, António Costa defendeu a participação do Estado no capital, dizendo que essa participação “em nada prejudicou a boa gestão da empresa”.
“Com maior ou menor arrufo, a verdade é que a companhia tem-se desenvolvido bem e grande parte dos sócios da TAP está satisfeita com a presença do Estado”, disse o primeiro-ministro.
António Costa defendeu que essa participação é essencial para proteger a empresa de eventuais mudanças na orientação da empresa operada pelos sócios privados que possam prejudicar o país, socorrendo-se da posição geográfica de Portugal — e usando o exemplo da Bélgica em contraponto — para defender a importância da decisão tomada pelo seu Governo.
“A posição do Estado protege a TAP de qualquer vicissitude que os investidores privados possam ter no futuro”, disse.
Papel do Ministério das Finanças é hipervalorizado
Na sequência das questões do presidente da Câmara do Comércio, Bruno Bobone, sobre a centralidade da política económica no Ministério das Finanças, o primeiro-ministro defendeu que o papel excessivo do ministro das Finanças é algo promovido mediaticamente.
“Acho que se hipervaloriza excessivamente o papel do Ministério das Finanças”, disse o líder do Governo.
António Costa deu ainda o exemplo de quem é apontado como o responsável nos jornais quando a economia cresce: “Cada vez que cresce o PIB, quem aparece com a seta para cima é o ministro das Finanças. Não é o ministro da Economia. Quando baixa o défice, faz sentido. Cá para mim, que sou primeiro-ministro deles todos é dinheiro e caixa de qualquer forma”, disse.
O primeiro-ministro reconheceu que desde 2008 que o ministro das Finanças tem ganho poderes, resultado também da crise económica e do resgate: “uma das grandes surpresas que tive quando cheguei ao Governo em 2015, foi verificar os novos instrumentos que tinham sido construídos no Ministério das Finanças”, disse, apontando a centralidade do Ministério das Finanças como uma “tradição longa”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
António Costa: “Grande parte dos sócios da TAP está satisfeita com a presença do Estado”
{{ noCommentsLabel }}