Preparado para apanhar boleia no rally do Pai Natal?
Se a tradição ainda for o que era, a bolsa portuguesa deverá acelerar na reta final do ano. Está preparado para apanhar boleia no rally do Pai Natal?
Se a tradição se mantiver, a bolsa portuguesa deverá entrar brevemente num ciclo imparável de ganhos até final do ano. Razões de otimização fiscal das famílias, de ajustamento de carteiras da parte dos investidores e de ausência de notícias com impacto significativo ajudam à construção de um verdadeiro espírito natalício no mercado português nas últimas semanas do ano. É o rally do Pai Natal. Está preparado para apanhar boleia?
O desempenho histórico do PSI-20 mostra que o dia 14 de dezembro costuma ser um bom timing de entrada na bolsa. Em 2015, a última quinzena do ano apresentou uma valorização de quase 6% no principal índice português. E, embora haja exceções desde 1993, geralmente os investidores chegam ao final do ano com razões para celebrar a vinda de um Ano Novo.
“Dezembro é um mês de subscrição de PPR e aplicações financeiras que têm benefícios fiscais, sendo que os fundos de investimento aplicam parte desse dinheiro ainda neste mês, ou seja, compram ações. Além disso, na última quinzena de dezembro não costumamos assistir a notícias com impacto significativo no desempenho dos mercados”, explica Pedro Lino, da DifBroker.
João Queiroz, diretor de negociação do Banco Carregosa, diz que estes “cenários de recuperação de final do ano estão mais associados aos maus desempenhos acumulados durante meses e que possam tentar ser recuperados entre dezembro e janeiro, no que também é conhecido pelo ‘efeito janeiro'”.
O final deste ano não deverá ser exceção. Pelo menos, ao acumular perdas de 13% desde o início do ano, Lino e Queiroz acreditam que há espaço para a bolsa de Lisboa carregar a fundo no acelerador na próxima quinzena. Isto quando o índice de referência europeu Stoxx 600 e o vizinho espanhol IBEX-35 desvalorizam entre 3% e 4%.
O Natal gordo no PSI-20
“Existe margem de desempenho, até porque a bolsa portuguesa foi mais uma vez penalizada pela subida das taxas de juro e incerteza quanto ao desempenho da economia. À medida que as bolsas periféricas recuperam, o PSI-20 irá ter margem de subida”, admite Pedro Lino.
Como aproveitar a boleia no rally do Pai Natal? Para João Queiroz, “nos títulos que, numa perspetiva fundamental, estão a desconto e com dividendo superior face às congéneres, existe uma maior probabilidade de registarem uma aceleração de final de ano”. Pedro Lino complementa: “Os investidores devem estar expostos à banca quando se clarificar o cenário no BCP [que deverá aprovar na segunda-feira a desblindagem dos estatutos], energéticas e empresas que tenham bons dividendos”.
Em Lisboa, há um sem número de cotadas a registar uma desvalorização acima de 20% em 2016. Sonae, Altri, Nos, Pharol, CTT, Montepio e BCP são os títulos que apresentam maior desconto na praça portuguesa. Mas cada caso é um caso.
“Os nomes mais relacionados com setores industriais e de bens transacionáveis poderiam merecer alguma atenção numa perspetiva de que a economia global terá mais capacidade para aumentar o ritmo de crescimento económico e da procura global”, frisa Queiroz. Em relação ao setor financeiro, Pedro Lino salienta que “quando se clarificar a situação na banca portuguesa (OPA ao BPI, desblindagem BCP e venda do Novo Banco), a subida no PSI-20 irá materializar-se”.
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