Altice e Universidade de Coimbra criam centro de investigação
O centro de investigação que será gerido pela Universidade de Coimbra e pela Altice Labs disporá de instalações próprias que deverão ficar concluídas no prazo de nove a 12 meses.
A Universidade de Coimbra (UC) e o grupo Altice formalizaram esta quinta-feira uma parceria para a criação de um laboratório científico-tecnológico na cidade.
O centro de investigação, que será gerido pela Universidade e pela Altice Labs, sediado provisoriamente no Polo II da Universidade, disporá de instalações próprias, igualmente nesta área da UC, que deverão ficar concluídas no prazo de nove a 12 meses, foi adiantado na sessão.
O protocolo hoje assinado, que surge na sequência da cooperação que tem vindo a ser desenvolvida entre as duas entidades, é “apenas o primeiro passo”.
“Para a seguir, sermos capazes de produzir efetivamente valor, projetos, iniciativas que sejam disruptivas do ponto de vista tecnológico”, disse aos jornalistas, à margem da sessão de assinatura do acordo, hoje, na Sala do Senado da UC, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca.
“Iremos selecionar criteriosamente quais os projetos e áreas de atuação [em telecomunicações e sistemas de informação] que serão focadas aqui”, em Coimbra, adiantou Alexandre Fonseca, recordando que a Altice Labs, além do centro de inovação em Aveiro, “já está em Viseu e na Madeira” e que “vai estar em breve no Algarve [em Olhão] e nos Açores”.
O laboratório em Coimbra “terá também algumas áreas específicas de trabalho em que se irá focar”, referiu.
Numa primeira fase, o investimento da empresa no laboratório da UC, será, naturalmente, “indexado aos projetos”, acrescentou o presidente da Altice Portugal, destacando que áreas como as dos sistemas cognitivos, da inteligência artificial ou do estudo de algoritmos e modelos estatísticos são “muito complexas” e às quais é necessário “alocar muitos recursos, nomeadamente computacionais”.
De acordo com “dados oficiais”, a Altice investiu “em Portugal, no último ano, 86 milhões de euros em inovação” e “nos últimos nove anos consecutivos” aplicou cerca de “meio milhão de euros, por ano, na relação com a academia, com as universidades”, para “montar laboratórios como este” em Coimbra, destacou Alexandre Fonseca.
De todo o modo, “o investimento [em Coimbra] será muito indexado à capacidade produtiva que se conseguir alocar de parte a parte”, reforçou o responsável, assegurando que da parte da Altice “existe o empenho de dotar o laboratório com as condições necessárias, de trazer para cá os seus investigadores”, designadamente do centro de Aveiro.
“Quantos mais projetos, quantos mais resultados, maior será o investimento, mas estaremos sempre a falar de valores que se medem na casa das centenas de milhares de euros anualmente”, concluiu Alexandre Fonseca, salientando que “a ciência e a tecnologia implicam investimentos avultados”.
O novo laboratório também faz parte da estratégia da UC, que está empenhada em desenvolver a relação da academia com o tecido empresarial, sublinhou, por seu lado, o reitor, Amílcar Falcão, reconhecendo que “há um défice entre o que a investigação faz em Coimbra e aquilo que transfere para as empresas”.
Para o reitor da UC, esse desfasamento resulta de diversas circunstâncias, desde logo porque “normalmente a noção de tempo da universidade é diferente da das empresas”, sendo, por isso, necessário “criar laços de maior proximidade, de ajustamento das noções de tempo”.
Na sessão também intervieram o diretor-geral da Altice Labs, Alcino Lavrador, e responsáveis da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, diretamente envolvida neste protocolo, que, entretanto, poderá ser alargado a outras faculdades da Universidade de Coimbra.
Com mais de 700 profissionais “altamente qualificados” no seu centro de inovação em Aveiro, a Altice Labs trabalha na investigação e desenvolvimento de soluções avançadas de telecomunicações e de sistemas de informação, tendo clientes em 35 países.
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