Maioria do investimento em startups portuguesas vem do estrangeiro
Capital de risco é principal fonte de financiamento das startups. Estados Unidos e Reino Unido são os principais investidores em empresas nacionais.
A maioria do capital investido em startups portuguesas vem do estrangeiro (66,84%), e Portugal continua ainda atrás da média do investimento neste tipo de empresas, a nível europeu. De acordo com um estudo 2019 Portugal Startup Outlook, da BGI e da EIT Digital, apresentado esta quarta-feira aos jornalistas, a maior parte do capital de risco a financiar startups portuguesas vem dos Estados Unidos (33,9%) e do Reino Unido (11,12%). O venture capital continua a ser a principal fonte de financiamento de startups a nível nacional (68,28% do total investido), seguido de capital privado (29,42%), de acordo com o mesmo estudo.
“Ainda assim, nas fases pre seed e seed é muito fácil de conseguir rondas domésticas”, alerta Otito Dosumu, gestor de projeto da BGI.
De acordo com os dados recolhidos pela BGI, entre as áreas mais atrativas para os investidores estão as indústrias da saúde, dos transportes e mobilidade e dos media devido à expectativa de retorno a médio prazo, explica o relatório.
Também em matéria de políticas públicas e regulatórias, Portugal continua abaixo da média europeia. Os impostos e a burocracia são um dos indicadores que contribuem para esse resultado, excetuando 2015, que coincide com a altura em que se deu o anúncio de que o Web Summit, maior conferência de tecnologia e empreendedorismo do mundo, se mudaria de Dublin, na Irlanda, para Portugal. Já no que toca ao apoio do Governo em matéria de empreendedorismo, o estudo assinala “melhorias”, nomeadamente através de programas de apoio a startups portuguesas como o Startup Visa ou o programa de coinvestimento 200M. O apoio ao empreendedorismo em Portugal aparece, assim, ligeiramente acima da média, tanto na América do Norte como na Europa, entre 2014 e 2016.
Gender gap
O estudo assinala ainda a discrepância de género em matéria de empreendedorismo, assumindo as mulheres um papel de muito menor destaque quando se trata de criar e desenvolver negócios em startups. Em cada 800 trabalhos gerados por startups no Porto, apenas 200 são ocupados por mulheres. Já em Lisboa, em cada cinco postos de trabalho, apenas um é ocupado por uma mulher.
Este ano, pela primeira vez, a Startup Portugal, associação responsável pelo desenvolvimento e implementação da estratégia nacional para o empreendedorismo, divulgou que o negócio das startups representa já 1,1% do PIB nacional.
“Concluímos que Portugal está num caminho de crescimento e desenvolvimento de ecossistema, e que está posicionado no sentido de ter um papel significativo no ecossistema europeu de startups”, assinala o documento.
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