Parpública regressa aos lucros. Dívida cai 760 milhões no semestre
Grupo Parpública obteve um lucro de 46,5 milhões de euros na primeira metade do ano, depois de prejuízos de 8,4 milhões no mesmo período de 2018. Dívida afundou 760 milhões de euros.
A Parpública registou lucros de 46,5 milhões de euros no primeiro semestre, o que representa uma melhoria significativa face aos prejuízos de 8,4 milhões de euros no mesmo período do ano passado, com o grupo que gere as participações do Estado em empresas públicas a salientar a redução da dívida em mais de 700 milhões de euros. Só com juros da dívida poupou 55 milhões.
“O crescimento dos resultados traduz uma evolução muito favorável do desempenho das várias empresas do Grupo, onde todos os segmentos de negócio registam resultados positivos e, no essencial superiores aos do primeiro semestre de 2018”, indica em comunicado o grupo que concentra as participações do Estado em empresas como TAP, Águas de Portugal, Circuito do Estoril, INCM ou Baía do Tejo.
Acrescenta ainda que a redução da dívida de 2,2 mil milhões de euros para 1,5 mil milhões durante o semestre foi “determinante para o aumento dos resultados”. “Com a inerente diminuição dos juros suportados, tem vindo a contribuir de forma muito significativa para a obtenção de resultados líquidos positivos e para a consolidação da situação financeira”, destaca a Parpública, que é liderada por Miguel Cruz.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Parpública destaca que “este resultado é obtido apesar da sazonalidade reconhecida nalgumas atividades e empresas, que tradicionalmente condiciona os resultados consolidados do primeiro semestre”.
“O crescimento dos resultados traduz uma evolução muito favorável do desempenho das várias empresas do grupo, onde todos os segmentos de negócio registam resultados positivos e, no essencial, superiores aos do primeiro semestre de 2018”, afirmou.
Segundo o relatório e contas divulgado esta segunda-feira, a diminuição da dívida “foi possível graças à amortização, feita pela Parpública, do empréstimo obrigacionista, no montante de 750 milhões de euros, o qual atingiu a maturidade em junho último”, explica o grupo, adiantando que o reembolso foi efetuado com a “utilização dos recursos proporcionados pela regularização de mais uma parcela da dívida do Estado à Parpública”.
Assim sendo, a Parpública passou a apresentar um endividamento consolidado de 3.491 milhões de euros, o que resultou em encargos com juros mais baixos: passou dos 88,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2018 para 33 milhões no primeiro semestre deste ano.
Também os dividendos ajudaram no resultado: subiram 11% para 63,9 milhões de euros, “o que está associado à melhoria dos resultados que têm vindo a ser alcançados pela maioria das participadas”. Destaque para as empresas do grupo Águas de Portugal, que alcançaram um resultado líquido de 47,7 milhões de euros, mais 3,5% do que em igual período de 2018.
“A melhoria dos resultados no universo Águas de Portugal está associada a um aumento do volume de negócios e do nível de eficiência operacional, que permitiu o aumento do EBITDA, mas também à diminuição dos custos financeiros”, explica a Parpública.
TAP não conta, mas Parpública está atenta
Em relação à TAP, que registou prejuízos de 120 milhões de euros no primeiro semestre, o que está a causar preocupação no seio do Governo, o grupo explica que os resultados da transportadora aérea “não é objeto de consolidação integral porque a Parpública não dispõe do controlo de gestão”. Ainda assim, a Parpública não deixa de destacar a dimensão das perdas, que vai obrigar a atenção redobrada.
“Apesar de a Parpública não dispor do controlo de gestão da TAP, a magnitude dos prejuízos registados em 2018 e no primeiro semestre de 2019, impõe a necessidade de aprofundar os mecanismos de acompanhamento estratégico e de partilha de informação de gestão, o que será objeto de discussão, nomeadamente no quadro do funcionamento do conselho de administração”, refere o grupo.
Isto “tudo com o objetivo de recolocar a companhia numa trajetória de resultados positivos, e de dar continuidade a uma evolução operacional positiva, o que se afigura não só desejável como possível, graças aos investimentos entretanto efetuados, os quais possibilitaram à TAP obter importantes ganhos de eficiência e expandir-se para novos mercados”, afirma ainda a Parpública.
A TAP é detida em 50% pela Parpública e em 45% pelo consórcio Atlantic Gateway (dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa), com os restantes 5% nas mãos dos trabalhadores. O Estado tem seis administradores, um dos quais o presidente do conselho de administração, mas são todos não executivos.
De acordo com o ECO Insider — newsletter do ECO exclusiva para assinantes — o Governo já fez contactos com a companhia aérea alemã Lufthansa para substituir David Neeleman, mas defende a manutenção de Humberto Pedrosa, o outro acionista privado da TAP. O Expresso acrescentou outro candidato: a United.
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