Quer investir com segurança (e sucesso)? CMVM dá dez dicas
Informe-se, tenha cuidado e desconfie do que parece bom demais para ser verdade. Conheça os conselhos do supervisor do mercado de capitais para os aforradores se sentirem protegidos nos investimentos.
A maior parte do dinheiro das poupanças em Portugal é aplicado em depósitos, com baixas rendibilidades. O risco, falta de informação ou ainda traumas da crise são fatores que impedem os investidores de arriscar em produtos que poderão conseguir retornos mais elevados.
Na Semana Mundial do Investidor, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) lançou uma série de novas brochuras, onde pretende ajudar os aforradores a estar mais informados e protegidos. Na brochura “Dicas CMVM ao Investidor”, o supervisor do mercado de capitais dá dez conselhos. São eles:
1. Certifique-se que o intermediário financeiro está registado
Antes de investir, verifique se a entidade com que pretende realizar o seu investimento está autorizada. Para exercer a sua atividade, nomeadamente para o aconselhar ou implementar as decisões dos investidores, os intermediários financeiros têm que estar registados junto da CMVM, uma informação que pode consultar no nosso site em: Sistema de Difusão de Informação -> Intermediários Financeiros (www.cmvm.pt). Em caso de dúvida, entre em contacto com a CMVM.
2. Garanta a qualidade da informação
Leia sempre os documentos que caracterizam o instrumento financeiro antes de o subscrever ou adquirir e não assine qualquer documento se tiver dúvidas ou não compreender as características do produto ou serviço que pretende contratar. Pergunte e obtenha resposta quanto ao risco do produto ou serviço tenha presente que há sempre risco. Certifique-se que todas as informações em que baseou a sua decisão constam de documentos escritos, datados e assinados: se quiser reclamar mais tarde este é um cuidado essencial.
3. Conheça o seu perfil de risco
O intermediário financeiro deve preencher um formulário para avaliar o seu perfil de risco enquanto investidor. As designações mais comuns para o perfil de risco são “conservador”, “moderado”, “arrojado/agressivo”. Esta é uma ferramenta essencial que o ajudará a conhecer se tem maior ou menor aversão ao risco e permitirá traçar uma estratégia de investimento responsável e adequada considerando ainda o seu objetivo de investimento e situação financeira, a sua disponibilidade para aplicações de curto, médio ou longo prazo, bem como os seus conhecimentos sobre os diferentes instrumentos financeiros.
4. Diversifique os seus investimentos.
Já deve ter ouvido a expressão “nunca colocar todos os ovos no mesmo cesto”. Aplicado ao investimento significa que deve diversificar os instrumentos financeiros em que aplica o seu dinheiro, de forma a reduzir os riscos. Ou seja, é recomendável investir em diferentes produtos financeiros, com graus de risco distintos, diversificando também em zonas geográficas e setores da atividade económica.
5. Informe-se e quantifique comissões e custos
Comprar, vender e manter produtos de investimento tem custos associados, sendo os principais em forma de comissões, custos de transação ou de corretagem, de guarda de títulos (ou custódia / registo e depósito) ou de reembolso, entre outras. Estes custos têm impacto na rentabilidade do investimento, pelo que deve tê-los sempre em conta no momento de investir, pedindo simulações e uma quantificação tão rigorosa quanto possível dos seus valores.
6. Cuidado com retornos garantidos
Promessas de rentabilidades elevadas com pouco ou nenhum risco são indícios clássicos de fraude. Todos os investimentos têm associado algum risco e a perspetiva de maiores retornos significa que estará a assumir também maiores riscos.
7. Reconheça indícios de fraude
Para se proteger de situações fraudulentas deve sempre:
- duvidar de investimentos em que são prometidas elevadas rentabilidades e baixo risco;
- desconfiar de retornos muito acima da média do mercado;
- evitar tomar decisões precipitadas e desconfiar de pedidos de respostas rápidas, em particular associadas a temas complexos ou inovadores;
- obter o máximo de informação sobre a entidade e operações propostas e verificar se as entidades são registadas na CMVM;
- exigir respostas concretas a questões como: “Como conseguiram o meu nome e contacto?”, “Estão registados na CMVM?”, “Quais as comissões e custos nesta aplicação?”, “Podem enviar prospetos, fichas técnicas e propostas de investimento por email ou correio?”, “Qual é o risco?”; e
- evitar dar informação pessoal a pessoas ou entidades quando tem dúvidas quanto à sua idoneidade.
8. Tome decisões conscientes
Enquanto investidor deve procurar aplicar as suas poupanças de forma consciente e responsável, exigindo toda a informação necessária à decisão e tomando precauções, como conhecer o seu perfil de risco ou diversificar as poupanças. O investimento é uma decisão individual, o que significa também que um produto financeiro pode ser adequado para determinado investidor, e não o ser para outro.
9. Preste atenção à conjuntura internacional
A economia mundial está cada vez mais globalizada e essa realidade é ainda mais evidente no sistema financeiro. Por isso, na gestão dos seus investimentos, deve procurar estar informado sobre o que se passa na conjuntura internacional e perceber que impactos poderá ter nos vários instrumentos financeiros.
10. Conte com a CMVM
O supervisor zela para que todas as regras que regem os mercados de capitais sejam cumpridas e presta apoio aos investidores nas suas dúvidas, necessidades de informação e reclamações. Pode contactar a CMVM por telefone ou por email para os contactos gerais ou, se for investidor de retalho, para a linha verde (gratuita) – 800 205 339 – ou para o email investidores@cmvm.pt.
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