Contribuintes perdem 30 milhões com perdões à Malo Clinic
A Malo Clinic, que se encontra em Processo Especial de Revitalização, chegou a acordo com os seus credores. O Estado português perde 30 milhões de euros com este acordo.
Com o acordo alcançado entre a Malo Clinic e os seus credores, o Estado português perde cerca de 30 milhões de euros. A rede de clínicas dentárias tinha uma dívida judicialmente reconhecida de 70,8 milhões de euros, dos quais terá de pagar apenas 27 milhões, ao longo de dez anos.
Nos dois primeiros anos, o fundador das clínicas Malo não terá de liquidar qualquer montante a entidades que fazem parte da lista de 88 credores, como o Novo Banco, Banco Nacional Ultramarino (BNU), através da Caixa Geral de Depósitos (CGD), ou à Segurança Social, revelou o Jornal de Notícias (acesso pago).
O Novo Banco, que recebeu, por via de empréstimos feitos ao Fundo de Resolução, 5,2 milhões de euros do Estado desde a queda do Banco Espírito Santo, é o maior credor, com 56 milhões de euros, 80% do valor dos créditos reconhecidos. Com o perdão de dívida, a instituição bancária irá apenas recuperar a prazo 34,5 milhões de euros, perdendo 21,5 milhões.
O grupo CGD perde por via do BNU — que só deve recuperar 690 mil euros em dez anos — 6,2 milhões. Perde também pela Caixa Imobiliário, que perde 182 mil euros de uma dívida total de 202 mil. Já o Instituto da Segurança Social perde 1,7 milhões de euros de uma dívida de 1,9 milhões. As empresas do grupo CGD e a Segurança Social, por serem classificadas como “credores comuns”, perdem 90% das dívidas reconhecidas.
A Malo, que se encontra se encontra em Processo Especial de Revitalização (PER), foi comprada pela Atena Equity Partners, que vai colocar na rede de clínicas quatro milhões de euros. Para além da redução de dívida, deverá proceder ao encerramento de algumas clínicas, em Portugal e nos 25 países onde o grupo está presente.
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