Estes são os três partidos que se estreiam no Parlamento. Saiba o que defendem
Iniciativa Liberal, Livre e Chega vão sentar no Parlamento três novos deputados: João Cotrim de Figueiredo, Joacine Katar Moreira e André Ventura, respetivamente. Conheça cada um dos novos partidos.
O Parlamento vai ter novos partidos. De uma só vez, entram três. O Iniciativa Liberal foi a primeira a eleger, seguida do Livre e do Chega, que conseguiram nestas eleições legislativas conquistar um deputado, cada. Saiba quem são os deputados que os vão representar durante a próxima legislatura, mas também por que vão lutar na Assembleia da República.
Iniciativa Liberal obtém 1,29% dos votos. João Cotrim de Figueiredo chega à AR
Como o próprio nome indica, o Iniciativa Liberal é um partido liberal, fundado em 2017 por Rodrigo Saraiva, Bruno Soares e Nuno Fernandes. Concorreu pela primeira vez às Europeias, mas foi nestas Legislativas, já sob a liderança de Carlos Guimarães Pinto, que conseguiu votos suficientes para eleger o primeiro deputado. Obteve 65.545 votos, o equivalente a 1,29% do total.
Mesmo antes de serem conhecidos os resultados finais, Carlos Guimarães Pinto, líder do Iniciativa Liberal, já assumia que o partido iria eleger um deputado, o que acabou por acontecer, com o empresário e gestor João Cotrim de Figueiredo a conquistar esse lugar.
“Fizemos história”, atirou o líder do Iniciativa Liberal, referindo que “pela primeira vez neste século, um partido que se apresenta a eleições pela primeira vez com menos de dois anos de vida ira ter representação no Parlamento”. E deixou, de imediato, um aviso ao PS: “Agora vão ter uma oposição diferente. Irão finalmente ter uma verdadeira oposição ideológica”.
Entre as principais medidas defendidas pelo Iniciativa Liberal destacam-se a privatização de empresas públicas como a TAP, a Caixa Geral de Depósitos e a RTP, a liberalização do mercado laboral, a criação de uma taxa única de IRS de 15%, ADSE para todos, a abertura do mercado de transportes à concorrência, a transparência nas compras do Estado, a criação de um salário mínimo municipal, a eliminação de alguns benefícios fiscais aos partidos.
Livre regista 1,09% dos votos e leva ao Parlamento Joacine Katar Moreira
Dos três novos partidos com assento Parlamentar, o Livre é o mais antigo. Foi fundado em janeiro de 2014 por Rui Tavares e defende, principalmente, a igualdade, a justiça social e a justiça ambiental. Recebeu 55.656 votos nestas legislativas, o equivalente a 1,09% das escolhas dos portugueses, elegendo uma deputada: Joacine Katar Moreira.
Mesmo antes de serem conhecidos os resultados finais, António Costa mostrou-se interessado em renovar a geringonça, porém, desta vez, incluindo o PAN e o Livre. “Repetiremos também os contactos que já há quatro anos estabelecemos com o PAN e entraremos também em contacto com o Livre”, disse o primeiro-ministro.
Após a divulgação dos resultados, o Livre mostrou-se disponível para dialogar com o PS, porém com “objetivos muito concretos”. “Estamos completamente disponíveis para dialogar com qualquer partido, mas é necessário que o atual primeiro-ministro nos informe objetivamente em relação às suas intenções. É que nós, obviamente, iremos conversar e estar ali, mas com objetivos muito concretos“, disse Joacine Katar Moreira.
Entre as principais propostas do Livre destacam-se a implementação de um salário mínimo nacional de 900 euros, o combate dos paraísos fiscais, a separação da banca comercial da banca de investimento, o combate à pobreza, a promoção da igualdade de género, o combate à violência de género e doméstica, maior apoio à parentalidade, a dignificação dos professores, a estabilização do sistema científico, o alcance de 10% de habitação pública.
Chega alcança 1,3% dos votos e senta André Ventura no Parlamento
É o partido mais recente no país. Foi fundado em abril deste ano por André Ventura, mas arrancou com o nome “Basta!”. Alcançou 66.442 votos dos portugueses, o equivalente a 1,3%, o que lhe deu o direito de escolher um deputado para a Assembleia da República (AR). Esse deputado é o próprio fundador do partido.
O Chega assume-se como um partido populista, e defende, entre outras coisas, a “rejeição de todas as formas de racismo, xenofobia e de qualquer forma de discriminação”, o combate à corrupção e ao atual “sistema de extorsão fiscal transformado em terrorismo de Estado”, lê-se no site. Destaque ainda para a castração química de pedófilos, a eliminação do cargo de primeiro-ministro, a extinção do Ministério da Educação e a prisão perpétua.
“O Chega é um partido democrático. Não há razão para alarmes nem ataques inusitados. O Chega não vem para minar a democracia”, disse André Ventura quando as sondagens já apontavam para a possibilidade de o partido eleger um deputado. “Será a primeira vez em mais de 45 anos que um partido com estas características terá eventualmente assento na AR”.
Antes de serem conhecidos os resultados finais, que confirmaram as projeções, António Costa falava aos jornalistas sobre a renovação de uma geringonça, mas desta vez incluindo o PAN e o Livre. Contudo, questionado sobre como pretende travar os populismos no Parlamento com a entrada do Chega para a AR, Costa foi claro na resposta: “Não contamos com o Chega para nada”.
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